Denúncias dão o tom da campanha no CE

São Paulo – Denúncias publicadas na revista Veja contra os irmãos Cid e Ciro Gomes, ambos do PSB do Ceará, e materiais apócrifos (sem origem conhecida) com críticas ao governador […]

São Paulo – Denúncias publicadas na revista Veja contra os irmãos Cid e Ciro Gomes, ambos do PSB do Ceará, e materiais apócrifos (sem origem conhecida) com críticas ao governador do estado indicam uma reta final de campanha com ânimos acirrados no estado. Exemplares de panfletos sem identificação foram apreendidos no comitê central de Lúcio Alcântara (PR), candidato oposicionista, que nega a autoria do material.

A revista Veja da última semana publicou reportagem em que acusa o governador de participar de um esquema de desvios de recursos públicos. Na quarta-feira (22), o governador e candidato a reeleição, Cid Gomes, afirmou que a reportagem “não é bem intencionada”. Isso porque, segundo ele, não é uma ação com vistas a investigar fatos. “Neste caso específico, foi uma denúncia feita por uma revista que tem notória má vontade aqui com a gente”, disse o governador

Durante visita à sede do Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim, em Fortaleza,  Cid disse que a matéria não trará efeitos negativos nesta reta final de sua campanha. Isso porque a população, segundo ele, está mais bem informada sobre os fatores eleitorais envolvidos em uma acusação deste nível. “Acho que as pessoas têm a extrema noção dos fatos. (…) já estão vacinadas contra denúncias feitas às vésperas da eleição”.

Segundo a publicação, o dinheiro, R$ 300 milhões, sairia do Ministério da Integração Nacional e do governo do estado, tendo como destino algumas prefeituras cearenses e parte desse valor seria destinado para alimentar um caixa dois que teria ajudado a eleger, em 2006, ele e o irmão Ciro à deputado federal.

Apócrifos

No início da semana, materiais de campanha sem origem conhecida e com críticas a Cid Gomes foram apreendidos pela Polícia Federal e fiscais da Justiça Eleitoral cearense. A ação ocorreu por determinação do juiz José Edmilson de Oliveira na segunda-feira (20). Dez modelos diferentes foram encontrados sem identificação de coligação, no comitê central de Lúcio Alcantará (PR).

Segundo a Justiça Eleitoral, a tiragem dos panfletos foi de cerca de 200 mil cópias, mas penas poucas cópias foram apreendidas. O material reproduzia a reportagem publicada na revista Veja. Em letras garrafais, estava estampada a mensagem: “Corrupção. Veja revela: Ciro e Cid Gomes envolvidos em esquema que desviou R$ 300 milhões”.

Na decisão, o juiz diz que a coligação de Lúcio, “Para fazer o Ceará brilhar”, se aproveitou da matéria para fazer “acusações rasteiras, de linguajar pueril” contra o atual governador. Segundo o magistrado, os panfletos se configuram como propaganda irregular porque a coligação não poderia “objetivar tirar vantagem eleitoral em uma matéria jornalística”.

Lúcio Alcântara apresenta uma versão diferente dos fatos. De acordo com sua assessoria de imprensa, ele alega que foram encontrados em seu comitê apenas “dois panfletos amassados no chão”. Por isso, nenhuma atitude ilícita poderia ser atribuída à coligação ou ao candidato.

“Nossa campanha é pautada pela ética e pela boa conduta eleitoral que sempre marcaram a vida do candidato ao governo, Lúcio Alcântara”, afirmou o coordenador jurídico da coligação, Irapuan Camurça, a jornalistas.

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