Debate marca arrancada final até votação

Todos contra Dilma, Serra evita confronto o direto, Plinio tenta roubar a cena novamente e Marina repete discurso da grande mídia

Estúdio da Record durante debate dos presidenciáveis (Foto: Alex Silveira/R7/Divulgação)

São Paulo – O debate da noite de domingo (26) realizado na sede da TV Record, do Rio de Janeiro, reuniu os quatro presidenciáveis que lideram as pesquisas eleitorais para a Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plinio de Arruda Sampaio (Psol).

Assista a íntegra do debate na Record.

Já no início do ficou claro que Dilma Rousseff seria alvo de ataques dos três outros candidatos. Chegou novamente a ser chamada de “conivente” com a corrupção ou “incompetente” para combatê-la, referindo-se às recentes denúncias envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra e a Casa Civil. As acusações, desta vez, foram feitas por Plinio, repetindo o que já havia dito José Serra há alguns dias.

A mesma tecla foi batida por Marina, que tentou pressionar a petista, ao dizer que Dilma não fez nada para solucionar o problema enquanto chefiou aquele gabinete. Dilma respondeu que, da mesma forma, várias denúncias envolvendo funcionários do Ibama no comércio ilegal de madeira da Amazônia ocorreram quando a candidata do PV foi ministra do Meio Ambiente. “

Plinio foi o que mais tentou chamar a atenção para si e chegou a provocar momentos de mal-estar entre os presentes, pela maneira como atacou os demais oponentes, especialmente Dilma e Marina, a quem chamou de demagoga e de não ter coragem para confrontar o poder econômico. Evitou porém, rotular especificamente a José Serra e chegou a fazer perguntas sob medida para o tucano discorrer sobre aspectos do programa de governo tucano.

Diferentemente do que se esperava, Serra poucas vezes se dirigiu diretamente a Dilma Rousseff e quando o fez, evitou citar as denúncias que fez pela imprensa e em seu programa eleitoral na TV. Sobre sua campanha, jornalistas da Record o fizeram explicar  por que excluiu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de sua campanha e porque o PSDB usa a tática de criar  um sentimento de ameaça às instituições democráticas num eventual governo Dilma.

“Minha campanha não faz isso, não entendo o porquê da pergunta”, desconversou. No entanto, vários filmes exibidos em seu horário gratuito na TV e muitas matérias em grandes veículos de comunicação do país, confirmam, que a campanha tenta repetir a estratégia (derrotada) em 2002, quando exibiu o depoimento de uma célebre atriz dizendo ter medo das consequências da eleição de Lula, que na ocasião disputava o Planalto contra o próprio Serra.

A imparcialidade da mídia também foi tema dos debates, mas nada foi falado sobre o apoio explícito declarado pelo jornal O Estado de S.Paulo, em editorial também do domingo.

Novo debate entre os presidenciáveis, o último antes das votaçoes de 3 de outubro, acontece na Globo, na quinta-feira (30). 

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