Garcia acusa desequilíbrio de Serra

Assessor da Presidência afirma que tentativa de vincular o PT às Farc é 'desespero e falta de compostura'

(Foto: Reuters/Ricardo Moraes)

O coordenador do programa de governo da campanha presidencial de Dilma Rousseff e assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, se disse “surpreendido” com as palavras do candidato tucano José Serra, que, na tarde da segunda-feira (19), reafirmou as declarações do deputado Indio da Costa (DEM), seu vice na corrida ao Planalto. Em entrevista pelo internet na sexta-feira (16), Costa acusou o PT de manter ligações com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e com o narcotráfico.

” Me surpreende (a fala de Indio da Costa e José Serra)”, reagiu Garcia, em conversa com o portal Terra. “Eu achei que ele (Serra) tivesse mais equilíbrio emocional… Quem quiser saber nossa posição em relação às Farc pergunte ao presidente (Alvaro) Uribe (da Colômbia), que ele pode prestar esse esclarecimento”. Numa conversa organizada pelo site “mobilizapsdb”, Indio da Costa ligou o PT às Farc e ao crime organizado na Colômbia. “Todos sabem que o PT é ligado às Farcs, ao narcotráfico, a tudo o que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso”, garantiu o vice de Serra. O partido retirou o video do ar.

Num primeiro momento, dada a ampla repercussão negativa das declarações de Índio da Costa, lideranças do PSDB e do DEM recuaram e tentaram minimizar a polêmica. O vice de Serra chegou a mudar suas afirmações, na manhã da segunda-feira. “A ligação do PT é com as Farc. Isso todo mundo sabe. Agora, as Farc são uma força ligada ao narcotráfico. Não significa que o PT faça o narcotráfico”.

Mudança de foco

No entanto, as acusações passaram a ser referendadas em bloco a partir da tarde, inclusive pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, que deu uma coletiva em Brasília, ao lado do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e do vice-presidente tucano, Eduardo Jorge Caldas Pereira. O trio tentou mudar o foco da polêmica, lembrando outros motivos de discórdia entre as legendas.

Dias trouxe à tona o caso da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, e disse que o PSDB entrará com uma representação junto à Procuradoria Geral da República pedindo apuração sobre reportagem publicada neste final de semana pela revista ‘Veja’. A publicação afirma que haveria imagens que comprovariam uma reunião entre a candidata petista, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, e Lina Vieira. No ano passado, Lina afirmou que teria recebido um pedido de Dilma para “agilizar” a fiscalização de empresas da família Sarney.

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Editado por Fábio M. Michel