Alckmin e Afif devem fazer chapa em SP

Tucanos e Democratas selam acordo. Aloysio Nunes Ferreira e Orestes Quércia na disputa pelas duas vagas ao Senado

Afif, ao microfone, e Serra, em fevereiro no Palácio dos Bandeirantes (Foto: Cris Castello Branco/Divulgação Governo de SP)

O ex-governador e secretário do Desenvolvimento Geraldo Alckmin (PSDB) deve mesmo ser candidato ao governo de São Paulo. Para a vice, Guilherme Afif Domingos, secretário do Trabalho da gestão atual, é o nome apontado para ocupar o posto. Ambos terão de se desincompatibilizar até o dia 2 de abril para poder concorrer.

A dobradinha repete a fórmula adotada em 2002, quando Cláudio Lembo (DEM) foi parceiro de chapa do próprio Alckmin. Na eleição seguinte, José Serra (PSDB), teve como vice Alberto Goldman, que deve assumir o cargo a partir da próxima semana, após a saída do atual governador para concorrer à Presidência.

Antes de Goldman, Geraldo Alckmin havia sido vice de Mário Covas em 1994 e 1998, quando superou Válter Barelli nas prévias internas. Com a morte de Covas, em 1999, ele assumiu e disputou a reeleição no pleito seguinte.

A chapa pode ainda ter o apoio do PMDB paulista, vinculada a acordo com o ex-governador e presidente do partido no estado Orestes Quércia para uma das vagas ao Senado. O PTB-SP, de Nelson Machado, também já se manifestou como parte da coligação. Com isso tudo, seria conferida à aliança mais da metade do tempo de TV a partir de 17 de agosto.

Uma coligação de PSDB e DEM com o PMDB em São Paulo é possível, porque não haverá verticalização no pleito de 2010. Em 2006, uma emenda constitucional deu autonomia aos partidos para negociar, regionalmente, as alianças. Consulta do PSL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro de 2009 confirmou que a medida vigente em 2006 – por decisão daquela corte – não deve ser repetida.

A definição da chapa Alckmin-Afif foi dada por acordo selado entre PSDB e DEM nesta semana. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, as diferenças entre as legendas residiam nas vagas para o Senado. O chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, deve concorrer. Outros três tucanos, o deputado José Aníbal, e os secretários Paulo Renato Souza (Educação) e Xico Graziano (Meio Ambiente) precisam ser convencidos de que a Câmara dos Deputados está de bom tamanho para este ano.

A segunda candidatura para senador na chapa PSDB-DEM pode ficar nas mãos de Orestes Quércia (PMDB). O apoio do ex-governador a Gilberto Kassab (DEM) na disputa pela prefeitura da capital paulista, em 2008, previa o apoio da parte do Democratas. Aloysio foi vice-governador de Luis Antônio Fleury Filho (então no PMDB, atualmente no PTB).

O anúncio oficial deve ocorrer depois de 10 de abril, já que a data marca o lançamento da pré-candidatura de Serra ao Palácio do Planalto. Apesar disso, Alckmin e Afif prometem imprimir uma agenda de olho na disputa.