Diplomacia

Após vitória na OMC, Dilma quer reforma na ONU e no FMI

Presidenta aproveita visita de chefe de governo do Egito para lembrar que é preciso dar espaço aos árabes no Conselho de Segurança das Nações Unidas

Roberto Stuckert Filho. Planalto

Ao lado do presidente do Egito, Dilma afirmou que é preciso corrigir assimetrias no mundo

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff aproveitou a vitória diplomática na Organização Mundial do Comércio (OMC) para cobrar reformas na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Fundo Monetário Internacional. O Brasil tenta desde 2003 garantir mudanças nas instituições multilaterais argumentando que a distribuição de forças se tornou anacrônica com as alterações na ordem global.

“No plano econômico, nós temos de lutar contra as assimetrias existentes, ainda, nas instituições financeiras internacionais. A implementação da reforma do sistema de cotas e do sistema de votação no FMI está entre as iniciativas urgentes”, disse, em Brasília, depois de encontrar o presidente do Egito, Mohamed Morsi. “Nós apoiamos a reforma da ONU, em particular de seu Conselho de Segurança, e enfatizamos a importância da representação de árabes e africanos neste órgão multilateral.”

Dilma comentou rapidamente a eleição do brasileiro Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da OMC, anunciada ontem e ratificada hoje. O diplomata será o primeiro representante do continente americano a comandar o órgão, responsável por resolver questões comerciais bilaterais e multilaterais. “Eu quero, aqui, reiterar o meu agradecimento pelo apoio do Egito, que muito valorizamos, ao candidato brasileiro Roberto Azevedo ao cargo de diretor geral da OMC”, destacou. “O presidente Morsi e eu concordamos que uma cooperação Sul-Sul entre nossos países é estratégica para que se estabeleça, de fato, da multipolaridade no mundo.”

Oriente Médio

Dilma e Mursi concordaram que é uma necessidade urgente encontrar uma solução para a violência na Síria e deter o conflito interno nesse país, já que “ameaça” a paz em todo Oriente Médio. “É preciso apoiar o povo sírio para que possa realizar seus desejos democráticos, mas para isso primeiro é preciso deter imediatamente a violência”, declarou o presidente do Egito.

Mursi reiterou sua proposta de ampliar o quarteto sobre a Síria que o Egito integra com a Arábia Saudita, a Turquia e o Irã, para incluir um delegado da Liga Árabe, um da ONU, outro da Organização da Cooperação Islâmica, um representante da oposição síria e outro do regime de Bashar Al-Assad aceito pelos opositores. Esses novos membros do grupo “podem ter um papel importante para a solução de uma crise que ameaça toda a região”, disse o presidente egípcio.

Dilma, por sua vez, chamou de “gravíssima” a escalada do conflito na Síria, expressou sua “condenação a todo ato de violência contra os civis” e pediu à comunidade internacional para fazer o “maior esforço” para alcançar a “paz definitiva” no Oriente Médio. Nesse sentido, afirmou que além de encerrar a guerra civil na Síria, é preciso que se encontre uma solução para o conflito entre Israel e Palestina. “Resolver a questão palestina é estratégico” para alcançar a paz, declarou a presidente, que reiterou a posição do Brasil no sentido de que “é necessário reconhecer a existência do Estado palestino para poder começar a construir essa paz”.

Com informações da Agência EFE.

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