crise política

Peruanos protestam contra perdão a Fujimori

Manifestações na capital Lima reuniram cerca de 5 mil pessoas, que acusam o atual presidente, Pedro Pablo Kuczynski, de ser cúmplice do ex-presidente condenado

Piquete Fotográfico

Familiares das vítimas acusam o presidente PPK de promover a impunidade ao libertar Fujimori

São Paulo – Milhares de peruanos saíram às ruas das principais cidades do país nesta segunda-feira (25) contra o “indulto humanitário” concedido pelo presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski (PPK), na véspera do Natal, a Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000.

Em Lima, capital do país, pelo menos 5 mil pessoas protestaram contra a libertação. Os manifestantes, entre os quais familiares das pessoas assassinadas pelas forças do governo quando Fujimori estava no poder, denunciaram o indulto como um ato de impunidade. PPK foi chamado de “traidor” e “cúmplice do criminoso”.

Fujimori, de 79 anos, cumpria uma pena de 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos e corrupção. Ele havia sido hospitalizado no sábado (23) em uma clínica local, com diagnóstico de hipotensão e arritmia cardíaca. 

Além dos protestos de rua, a decisão pelo indulto abriu nova crise no governo de PPK, que havia conseguido superar um processo de impeachment contra ele, baseado em acusações de corrupção envolvendo a Odebrecht. Analistas apontam que o perdão a Fujimori fez parte das costuras políticas que evitou a derrubada do atual governo.

Ainda durante o dia de Natal, pelo menos quatro deputados da base do governo renunciaram. Minutos após à decisão, o porta-voz do partido governista, Vicente Zeballos, também havia abandonado o cargo. 

O diretor executivo para a América da Human Rights WatchJosé Miguel Vivanco, qualifica a libertação de Alberto Fujimori como uma “vulgar negociação política”.

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