Dilma celebra vitória na OMC e Patriota vê mundo ‘em transformação’
Em nota, presidenta afirma que chegada de Roberto Azevêdo ao comando da Organização Mundial do Comércio deve refletir em ordenamento mundial 'mais justo'
Publicado 07/05/2013 - 17h24
Para Patriota, Azevêdo deve promover esforços para destravar a Rodada Doha (Marcello Casal Jr. Agência Brasil)
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota expressaram satisfação com a vitória do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), anunciada hoje. “Ainda sofrendo os efeitos da crise mundial iniciada em 2008, caberá à OMC nos próximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial, fundamental para que a economia global entre em novo período de crescimento e justiça social”, disse a presidenta, em comunicado emitido pelo Palácio do Planalto poucas horas após o anúncio do resultado.
Em entrevista coletiva, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que a vitória foi resultado de uma mobilização intensa. “É um resultado muito importante que reflete uma ordem internacional em transformação, que é de países emergentes que demonstram uma liderança”, ressaltou o chanceler, lembrando que mesmo os países que votaram no mexicano Herminio Blanco, adversário de Azevêdo, aceitaram a vitória. O diplomata teve apoio de todos os BRICS, bloco formado por Rússia, Índia, China e Áfria do Sul, além do Brasil. “Mesmo aqueles que escolheram o outro candidato não se opuseram ao candidato preferido.”
Dilma indicou que o Brasil “tinha claro” que Azevêdo, por “sua experiência e compromisso”, pode “conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo. Essa mensagem foi entendida por expressiva maioria e, por esta razão, agradeço o apoio que nosso candidato recebeu de governos de todo o mundo nas três rodadas de votação”.
Azevêdo, de 55 anos, venceu o mexicano Herminio Blanco, de 62. Desde 2008 ele é o representante brasileiro na OMC, tendo vencido disputas comerciais contra Estados Unidos e União Europeia. O diplomata será o primeiro representante do continente americano à frente da OMC, substituindo a partir de 1º de setembro o francês Pascal Lamy.
O chanceler lembrou que na OMC os 159 países são classificados em três grandes grupos: países desenvolvidos (os mais ricos), em desenvolvimento (entre os quais o Brasil se inclui) e de menor desenvolvimento (os mais pobres).
Patriota acrescentou que a vitória de Azevêdo se deve à sua trajetória profissional, baseada em mais de 20 anos de negociações comerciais internacionais. “Um dos aspectos que influenciou o apoio ao embaixador Roberto de Azevêdo foi o sentimento que ele não precisava ser treinado para o cargo: estava treinando para o jogo e para chutar ao gol”, disse.