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Dilma celebra vitória na OMC e Patriota vê mundo ‘em transformação’

Em nota, presidenta afirma que chegada de Roberto Azevêdo ao comando da Organização Mundial do Comércio deve refletir em ordenamento mundial 'mais justo'

Para Patriota, Azevêdo deve promover esforços para destravar a Rodada Doha (Marcello Casal Jr. Agência Brasil)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota expressaram satisfação com a vitória do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), anunciada hoje. “Ainda sofrendo os efeitos da crise mundial iniciada em 2008, caberá à OMC nos próximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial, fundamental para que a economia global entre em novo período de crescimento e justiça social”, disse a presidenta, em comunicado emitido pelo Palácio do Planalto poucas horas após o anúncio do resultado.

Em entrevista coletiva, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que a vitória foi resultado de uma mobilização intensa. “É um resultado muito importante que reflete uma ordem internacional em transformação, que é de países emergentes que demonstram uma liderança”, ressaltou o chanceler, lembrando que mesmo os países que votaram no mexicano Herminio Blanco, adversário de Azevêdo, aceitaram a vitória. O diplomata teve apoio de todos os BRICS, bloco formado por Rússia, Índia, China e Áfria do Sul, além do Brasil. “Mesmo aqueles que escolheram o outro candidato não se opuseram ao candidato preferido.”

Dilma indicou que o Brasil “tinha claro” que Azevêdo, por “sua experiência e compromisso”, pode “conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo. Essa mensagem foi entendida por expressiva maioria e, por esta razão, agradeço o apoio que nosso candidato recebeu de governos de todo o mundo nas três rodadas de votação”.

Azevêdo, de 55 anos, venceu o mexicano Herminio Blanco, de 62. Desde 2008 ele é o representante brasileiro na OMC, tendo vencido disputas comerciais contra Estados Unidos e União Europeia. O diplomata será o primeiro representante do continente americano à frente da OMC, substituindo a partir de 1º de setembro o francês Pascal Lamy.

O chanceler lembrou que na OMC os 159 países são classificados em três grandes grupos: países desenvolvidos (os mais ricos), em desenvolvimento (entre os quais o Brasil se inclui) e de menor desenvolvimento (os mais pobres).

Patriota acrescentou que a vitória de Azevêdo se deve à sua trajetória profissional, baseada em mais de 20 anos de negociações comerciais internacionais. “Um dos aspectos que influenciou o apoio ao embaixador Roberto de Azevêdo foi o sentimento que ele não precisava ser treinado para o cargo: estava treinando para o jogo e para chutar ao gol”, disse.

 

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