Obama se concentra em formação de nova equipe e acordo para reduzir déficit

A secretária de Estado, Hillary Clinton, é um dos principais nomes a abandonar o gabinete do presidente recém-eleito

Além das trocas na equipe de governo, Obama está preocupado com problemas oçamentários e fiscais (Foto: REUTERS/Jason Reed)

O presidente Barack Obama, de retorno à Casa Branca após sua reeleição, deve se dedicar rapidamente a uma reformulação de seu governo, com mudanças previsíveis no Departamento de Estado, Pentágono e Tesouro. Além disso, o presidente e o Congresso têm apenas 35 dias úteis até o fim do ano para chegar a um acordo que reduza o déficit do governo e evite o abismo fiscal.

Apesar de não ter compromissos públicos em sua agenda ontem (08), sua equipe se esforçava para projetar o gabinete que acompanhará o mandatário durante seu mandato, que irá até o início de 2017. Entre os membros mais eminentes da equipe de Obama que anunciaram sua saída está Hillary Clinton, que passou quatro anos no comando da diplomacia.

O Departamento de Estado reiterou na quarta-feira que Hillary partirá após a segunda posse do líder democrata, em 20 de janeiro de 2013. Esta data cai em um domingo, as cerimônias serão realizadas no dia seguinte, e os operários já trabalham arduamente no Congresso para adaptar o ambiente. Os nomes do ex-candidato democrata à presidência em 2004, o senador John Kerry, e da embaixadora na ONU, Susan Rice, são frequentemente citados como seu sucessor.

O secretário de Defesa Leon Panetta também sairá. Aos 74 anos, ele dirige desde o verão de 2011 o Pentágono, após reinar na CIA (Central de Inteligência) no início do primeiro mandato de Obama. No entanto, ele poderá permanecer por algum tempo para gerenciar questões de orçamento no início de 2013. Entre seus possíveis substitutos está a ex-número três do Pentágono, Michele Flournoy, que seria a primeira mulher a ocupar o cargo. Outro potencial candidato, Ash Carter, o atual número dois e especialista em assuntos fiscais.

Prioridade ao orçamento

As questões orçamentárias e fiscais serão o centro das preocupações de Obama até final de dezembro, com a ameaça do “abismo orçamentário” que se manifesta, fruto da expiração das insenções fiscais e da entrada em vigor dos cortes automáticos das despesas, sem falar da necessidade de relevar novamente o teto da dívida. Logo após a reeleição, o presidente entrou em contato com os líderes democratas e republicanos do Congresso, onde o equilíbrio não foi modificado pelas legislativas de terça-feira: a Câmara de Representantes continua republicana e o Senado democrata.

O nome do substituto do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, terá, portanto, uma importância particular, depois de quatro anos marcados pela crise econômica e também pelas duras negociações com o Congresso em 2011, quando os EUA chegou à beira do default de pagamentos. O secretário-geral da Casa Branca, Jack Lew, um conhecedor dos assuntos orçamentários e parlamentares, poderia ser escolhido para sucedê-lo. O nome de Erskine Bowles, um líder do governo Clinton e co-presidente de uma comissão criada pelo presidente Obama para combater o déficit, também é mencionado.

O programa das próximas semanas de Obama, além de negociações com o Congresso, poderia incluir uma entrevista com o seu adversário à presidência Mitt Romney. O presidente afirmou na noite de terça-feira que gostaria “trabalhar” com o republicano para levar o país para frente.

Quanto à política externa, Obama, que se reuniu no Palácio do Eliseu nesta quinta-feira com o presidente francês, François Hollande, geralmente agenda parte de novembro para um giro pela Ásia. Autoridades locais anunciaram uma histórica visita em Mianmar e Camboja, mas a Casa Branca ainda não confirmou. 

Leia também

Últimas notícias