Após passagem de Sandy, Haiti teme surto de cólera e falta de alimentos

Grande parte das plantações que sobreviveu ao furacão Isaac agora foi inundada. Segurança alimentar será um desafio

O furacão Sandy, que foi categorizado como uma “supertempestade” ao atingir os Estados Unidos na segunda-feira (29), deixou rastros de destruição por onde passou. Um dos países mais afetados foi o Haiti. Pelo menos 51 pessoas morreram e governo e a ONU (Organização das Nações Unidas) agora temem um surto de cólera e falta de alimentos devido aos estragos.

As Nações Unidas já fizeram o alerta sobre a possibilidade de um surto de cólera, frente às inundações. As condições sanitárias no Haiti são bastante precárias, salientaram representantes da ONU no país, e outras doenças podem se tornar epidêmicas. O aumento do nível da água também pode comprometer a distribuição de alimentos, pois a maioria das plantações ficou submersa.

“A maioria das plantações que foi danificada pelo furacão Isaac [em agosto] foi agora destruída pelo Sandy,” afirmou à agência Reuters o primeiro-ministro haitiano, Laurent Lamothe. “Logo, a segurança alimentária será um desafio”, completou. Lamothe, sobrevoou no sábado as regiões afetadas para observar os estragos provocados por Sandy, mas “será preciso esperar os próximos dias para se obter dados mais específicos”, destacou a Defesa Civil.

Menos de três anos após um terremoto que forçou 370 mil pessoas a migrar para a capital, Porto Príncipe, e a viver em acampamentos e casas precárias, Sandy deixou mais 18 mil haitianos sem abrigo. A região mais afetada pelo furacão foi o departamento do Oeste, que inclui Porto Príncipe, onde 20 pessoas morreram, com famílias inteiras sendo soterradas por deslizamentos. No sul do Haiti, Sandy deixou 18 mortos e inundou amplas áreas de plantios, além de destruir estradas e pontes.