Dilma defende políticas de inclusão no combate à crise internacional

Presidenta afirmou em Pretória que Brasil, Índia e África do Sul se fortaleceram com políticas de inclusão social

Dilma participa de declaração à imprensa com o presidente Jacob Zuma e o primeiro-ministro Manmohan Singh após V Cúpula Ibas (Foto: ©Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (18) a adoção de medidas imediatas por países europeus para impedir o agravamento da crise econômica internacional. Após participar da V Cúpula Ibas (grupo formado em 2003 por Índia, Brasil e África do Sul), em Pretória, na África do Sul, ela debateu o tema com o presidente daquele país, Jacob Zuma, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.

“A grave crise financeira que hoje vivemos expõe a fragilidade da governança econômica global e as dificuldades que enfrentam as lideranças políticas que estão no epicentro da crise. Como vivemos num mundo globalizado e sofremos as consequências das turbulências do mundo desenvolvido, temos também o direito e o dever de participar da busca de soluções para essa situação de crise. Sabemos ser necessário um acordo credível entre os países europeus, para impedir que a crise fique incontrolável, afetando o mundo”, destacou a presidenta.

Ela afirmou ainda que os países que compõem o Fórum Ibas fortaleceram sua capacidade de resistência à crise com o crescimento de seus mercados internos, diversificação de suas parcerias comerciais e adoção de políticas de inclusão social e propôs que as três nações levem uma posição unificada à reunião do G-20, que ocorre nos próximos dias 3 e 4 de novembro, em Cannes, na França.

Essa posição, na opinião de Dilma, deve ser contrária às políticas protecionistas que provoquem a guerra cambial e devem necessariamente ter a orientação de incluir socialmente as populações menos favorecidas. “Nesta Cúpula do G20, precisamos transmitir, em novembro, uma forte mensagem de coesão política e de coordenação macroeconômica. Não podemos ficar reféns de visões ultrapassadas ou de paradigmas vazios de preocupação social, em relação ao emprego e em relação à riqueza dos povos”, disse Dilma.

Exaltando o apoio do Ibas aos povos árabes nas suas aspirações a formas democráticas de governos, Dilma citou a necessidade de mais diplomacia e menos intervenções militares, e lembrou que Índia, Brasil e África do Sul ocupam, em 2011, um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas, e que desejam vê-lo reformado.

Dilma foi enfática ao afirmar que os países do Ibas contribuíram no Conselho de Segurança da ONU para a resolução de conflitos na Líbia e Síria, demonstrando que dispõem “de todas as credenciais para assumir assento permanente e dotar aquele órgão da legitimidade que lhe falta”.

“Sem sombra de dúvida, contribuímos para o encaminhamento de questões nevrálgicas relativas aos direitos humanos, à paz e à segurança internacionais. Nesse sentido, são ilustrativas tanto a missão que enviamos à Síria em agosto passado, como também a nossa defesa do papel-chave das estratégias de desenvolvimento para concepção da paz sustentável nos países em situação de pós-conflito”, discursou a presidenta.

Na abertura do Fórum Ibas, Dilma destacou que os países integrantes do grupo mostraram que é possível crescer e ao mesmo tempo distribuir renda e criar empregos. “Não podemos ficar reféns de visões ultrapassadas ou de paradigmas vazios de preocupação social em relação ao emprego e em relação à riqueza dos povos”, disse.

Dilma ressaltou a necessidade de reforma de “organismos multilaterais”, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Ela também convidou o presidente Zacob Zuma e o primeiro-ministro Manmohan Singh a participarem da Rio+20, em junho de 2012 no Brasil, e estreitarem a cooperação trilateral no comércio e em programas de educação, ciência, tecnologia e inovação.

“Esse fórum é um poderoso instrumento para promover a cooperação trilateral em áreas de impacto concreto nas nossas regiões e nos nossos países (…). Nossa diversidade e nossa cooperação são os principais trunfos que temos para garantir uma presença livre e soberana dos países em desenvolvimento neste mundo em transformação em que vivemos”, concluiu.

Com informações do Blog do Planalto e da Agência Brasil

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