Com reduções na cesta básica, mudanças intensificam-se em Cuba
Sabão, pasta de dente e detergente são excluídos dos itens entregues à população mensalmente. Antes, batata e cigarro haviam sido cortados. Saúde e educação estão garantidos, diz governo
Publicado 30/12/2010 - 10h59
Raul Castro segue com agenda de corte de despesas públicas em Cuba (Foto: Lula Marques/Folhapress-Arquivo)
São Paulo – O governo cubano publicou no diário oficial a decisão de retirar sabão, pasta de dente e detergente da cesta básica mensal entregue aos cidadãos do país. Com comida e bens de consumo, os itens são garantidos desde os primeiros dias da revolução cubana. Com a decisão, a gestão de Raul Castro avança em mudanças no regime socialista da Ilha.
A justificativa para o corte é economizar e “desacostumar” os cidadãos de subsídios garantidos dados pelo governo. Esses produtos serão vendidos em lojas a preços fixos, que vão de 5 pesos a 25 pesos (de R$ 0,38 a R$ 1,88). O anúncio foi feito na quarta-feira (29) e a norma vigora a partir de 1º de janeiro. Antes, da “libreta” havia sido excluídos itens como batata e cigarro.
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Os cubanos têm salário mensal médio de US$ 20. A “libreta” foi criada para garantir que os cubanos não passassem fome após a revolução de 1959, que colocou Fidel Castro no poder, e após o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos. Raúl Castro, irmaõ de Fidel e atual presidente do país, lançou uma campanha para reduzir os gastos governamentais e fazer os cubanos pagarem pelos seus próprios bens.
Na terça-feira (28), a Suprema Corte cubana havia pronunciado sentença de comutar a pena de morte de um dissidente político em prisão por 30 anos. Humberto Eladio Real Suárez, um ex-exilado cubano condenado por matar um homem depois de retornar a Cuba com o objetivo de iniciar uma rebelião contra o regime.
No começo de dezembro, a pena de morte de Raúl Ernesto Cruz León e Otto Rene Rodríguez Llerana, dois salvadorenhos que tomaram parte nos atentados contra um hotel cubano, na década de 1990, sofreram alterações semelhantes. Embora em áreas e tomadas por órgãos diferentes, analistas vêem as decisões como parte das mudanças no regime da Ilha.
Com informações da Reuters e do Correio do Brasil