Lula decreta luto oficial de três dias pela morte de Néstor Kirchner

'A morte de Kitchner é uma perda para toda a América do Sul', afirmou o ministro Celso Amorim

O presidente Lula antes de discursar, nesta quarta-feira (27) no Porto de Itajaí, Santa Catarina (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou nesta quarta-feira (27) luto oficial de três dias em função da morte do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner e divulgou nota de pesar em que afirma que ele “teve importante atuação em prol da integração sul-americana”.

“Sempre tive em Néstor Kirchner um grande aliado e um fraternal amigo. Foi notável o seu papel na reconstrução econômica, social e política de seu país e seu empenho na luta comum pela integração sul-americana”, diz o texto.

Segundo Lula, ele e o governo receberam consternados a notícia e os brasileiros se associam à dor dos cidadãos argentinos neste momento difícil. O presidente ainda transmite à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pesar e solidariedade.

Lula foi informado sobre a morte de Kirchner depois de participar de uma cerimônia no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, e ainda não está definido se ele irá ao enterro do ex-presidente ou se enviará um representante. Kirchner morreu aos 60 anos, por volta das 10h, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória, em um um hospital em El Calafate, no departamento de Santa Cruz na Argentina.

Antes discursar na cidade catarinense, Lula pediu um minuto de silêncio em homenagem ao senador Romeu Tuma, que faleceu na terça (26), em São Paulo. Ele lembrou que esteve preso no período em que Romeu Tuma foi diretor da Polícia Especializada em São Paulo no período da ditadura militar. O corpo de Tuma será enterrado esta tarde, em São Paulo.

No Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner “é uma perda para toda a América do Sul”. De acordo com o chanceler brasileiro, Kirchner, como secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), teve um papel importante em questões recentes no continente, como o impasse entre a Colômbia e a Venezuela.

“É óbvio que nós todos nos sentimos muito chocados, consternados. Primeiro porque a Argentina é um grande parceiro do Brasil, um país amigo. Mas também lamentamos muitíssimo porque Kirchner, como presidente da Argentina, ajudou a erguer a economia do país depois de um período de crise profunda e também foi um chefe de Estado que se empenhou muito na boa relação com o Brasil, na boa relação pessoal com o presidente Lula e na integração sul-americana”, disse Amorim.

Outros líderes

A morte de Kirchner gerou manifestações de líderes latino-americanos. Todos ressaltaram os esforços de Kirchner no comando da União das Nações Sul-Americana (Unasul). Em sessão do Conselho Permanente da Organização dos Estados Unidos (OEA), os representantes dos países da região fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente argentino.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que foi uma perda para a América Latina, enquanto o paraguaio Fernando Lugo lembrou que Kirchner lutou para combater as desigualdades. As informações são de agências oficiais de notícias dos países citados e também das respectivas presidências da República.

“(Kirchner) foi um amigo e parceiro na construção de uma América Latina inclusiva, com um papel fundamental nos processos de integração na região”, disse Lugo, que informou que participará do enterro de Kirchner.

Usando a rede social do Twitter na internet, Chávez enviou uma mensagem de condolências à viúva Cristina Kirchner, que preside a Argentina. “Ai, querida Cristina, Quanta dor! Que grande perda para a Argentina e para nossa América. Viva Kirchner!”, lamentou o venezuelano.

Para o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, a morte de Kirchner foi uma “grande perda para o continente”. Segundo ele, o ex-presidente argentino foi um dos principais colaboradores para a construção do espírito de parceria entre os países da região.

No Equador, o presidente Rafael Correa confirmou que irá ao enterro de Kirchner. O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, lamentou a morte do ex-presidente argentino informando que Kirchner era um “incentivador da integração sul-americana”.

Com informações da Agência Brasil

 

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