Entre ‘gente de bem’, Temer elogia Kassab e Código Florestal de Rebelo

Temer admitiu ser um articulador partidário dentro do governo, mas garantiu ser um vice que “não queima o sinal” (Foto: José Cruz/Agência Brasil – arquivo) São Paulo – Paulo Maluf […]

Temer admitiu ser um articulador partidário dentro do governo, mas garantiu ser um vice que “não queima o sinal” (Foto: José Cruz/Agência Brasil – arquivo)

São Paulo – Paulo Maluf (PP-SP) caminhava com desenvoltura pelos corredores de um hotel luxuoso de São Paulo. Embora não tenha sido oficialmente informado, o deputado federal e ex-prefeito da capital paulista tem experiência e sabe que está entre “gente de bem”. Por isso, trajando um terno bem cortado e com os poucos cabelos sempre alinhados com gel, cumprimenta um a um a quem encontra pelo caminho.

Poucos minutos depois, ficaria ainda mais à vontade ao ser avisado, ao microfone, pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato: “Gente de bem se encontra. Quem está aqui é porque faz a diferença em sua comunidade”. Ao abrir a sessão conjunta entre a associação e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, que também preside, Amato esclareceu que gente de bem é aquela que tem a mesma herança moral, ou seja, que defende a liberdade de expressão e o direito à propriedade.

Na plateia, além de Maluf, estão outros personagens que já não gozam do protagonismo político de outrora, mas que seguem considerados neste círculo social. Um desses é o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) – que anunciaria sua saída do DEM, ainda sem destino oficial, mas provavelmente a caminho do Partido Social Democrático (PSD). 

Então, a palavra passou para o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Convidado a palestrar sobre reforma política, o ex-deputado avisou que não poderia seguir adiante sem antes tecer dois elogios. Começou por uma saudação ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, “que faz extraordinária gestão no município”. “Afinal, não é fácil governar uma cidade como o município de São Paulo.”

Kassab deixa o DEM para abrir o PSD, sigla que se define sendo nem de direita, nem de esquerda, nem de centro – tampouco figura como governista ou de oposição. Mais tarde, Kassab agradeceu os agrados retribuindo-os. “Temer é a voz de São Paulo dentro do Palácio do Planalto. Amigo de todos nós e que inquestionavelmente tem sido importante para a cidade e para o estado.”

O segundo elogio de Temer foi para o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), até há pouco colega de Congresso Nacional do atual vice-presidente. Temer acredita que será possível votar na próxima terça-feira (10) o novo texto do Código Florestal brasileiro. O projeto de lei teve Rebelo como relator, que atendeu a boa parte dos pedidos dos produtores rurais, deixando em alerta parte da comunidade científica e as organizações que lutam pela preservação do meio ambiente. “É importante que o Congresso defina sobre essa matéria para acabar com a insegurança jurídica entre os produtores”, defendeu o pemedebista. 

Temer não escondeu que tem sido um articulador partidário dentro do governo, embora assegure ser um vice que “não queima o sinal”. Para ele, as conversas nos próximos dias farão desaparecer as divergências que restam dentro da base aliada em torno do tema. Os centros da discórdia são a possibilidade de dispensar produtores de recomposição florestais e mudanças nas Áreas de Preservação Permanente (APPs). “Eu, pessoalmente, acho que não se deve retardar. Se houver uma ou duas divergências, decide no voto (em plenário)”, defende o vice de Dilma Rousseff.

Depois, o vice-presidente discorreria sobre suas opiniões sobre a reforma política e seus pontos de divergência em relação ao PT, partido da presidenta Dilma Rousseff.

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