Datafolha dá empate; blogueiros sugerem ‘erros’ técnicos

O instituto Datafolha divulgou nesta sexta-feira (7) nova pesquisa à corrida presidencial. Após a candidata do PT Dilma Rousseff pular cinco ou seis pontos percentuais a frente de José Serra […]

O instituto Datafolha divulgou nesta sexta-feira (7) nova pesquisa à corrida presidencial. Após a candidata do PT Dilma Rousseff pular cinco ou seis pontos percentuais a frente de José Serra (PSDB), no levantamento do Vox Populi (dependendo do cenário), agora, eles aparecem tecnicamente empatados(39% a 38%, com discreta vantagem para o tucano; Marina Silva, do PV, tem 10%).

No entanto, a pesquisa apresenta uma série de problemas. Diversos blogueiros demonstraram desconfiança com os números. “Enquanto pesquisa para consumo interno do PT mostra que a vantagem de Dilma sobre Serra foi ampliada para 8%, segundo líderanças do PT que viram os resultados, o Datafolha arrumou um empate para Serra. Causa estranheza uma inusitada subida de Serra na região Sul de 38% para 50% em um mês”, aponta o blog Os Amigos do Presidente Lula.

“Sabemos que existem diferenças de método entre os diversos institutos de pesquisa, que podem responder pelas diferenças entre Vox Populi, Sensus, Ibope e Datafolha. Sabemos, no entanto, que as pesquisas refletem tendências gerais do eleitorado e nada aconteceu nas últimas semanas que justifique uma reversão repentina das curvas de Serra e Dilma”, escreveu o jornalista Luiz Carlos Azenha em seu blog Vi o Mundo.

Já o jornalista Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, vai além e já no título de seu post “Como a Folha manipula a amostra para ajudar Serra”, fala sobre a falta de alguns “detalhes” que comprometem a pesquisa, como a falta de dados da zona rural, escolaridade supostamente distorcida e sem que os partidos fossem apresentados junto aos nomes dos candidatos. A pesquisa teria usado, segundo ele, uma amostragem que obrigatoriamente precisaria ter uma linha telefônica fixa, mesmo sabendo, pelos números do IBGE, que apenas 44% dos domicílios têm telefone fixo.

Consultado pela Rede Brasil Atual, o Datafolha nega que as entrevistas tenham sido feitas por telefone. No registro do levantamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no campo “Metodologia da Pesquisa”, a informação é de que a abordagem seria “pessoal em pontos de fluxo populacional”. Apenas a checagem dos dados, efetuados em 30% dos questionários, é que é feita pode ser feita telefone ou pelo supervisor dos entrevistadores na saída a campo.

No que diz respeito a haver ou não entrevistados de áreas rurais, o plano amostral menciona que a natureza do local onde são aplicadas as questões pode ser “metropolitana” ou “interior”.

Todas as campanhas produzem monitoramentos diários da opinião pública, analisando tendências, quedas ou subidas. Para entender um pouco como isso funciona, vale a pena ler a explicação no blog Luis Nassif Online e a sua conclusão mais direta sobre o caso: “É possível que o Datafolha tenha detectado uma inesperada reversão nos rumos das eleições. Se as próximas pesquisas, de Institutos sérios, não confirmarem essa tendência, o Datafolha terá perdido irreversivelmente a maior aposta feita em seus quase vinte anos de existência: sua credibilidade.”