Boaventura parte 4 – Um ‘selo’ do Fórum Social Mundial em ação

Sociólogo português Boaventura de Sousa Santos fez uma poderosa síntese dos processos pelos quais passa o mundo, durante o Fórum Social Mundial. Confira nesta quarta parte

Direto de Porto Alegre – Se é assim, o que o Fórum Social Mundial vai fazer? Eis minha humilde contribuição. Conseguimos ao longo desta década lançar a ideia fundamental de que os partidos não tenham o monopólio das representações políticas, e que cada movimento, isolado e por si só, nunca consegue atingir sua agenda. Portanto, uma política de movimentos é uma política de intermovimentos.

O Fórum Social Mundial vai continuar a ser espaço aberto, vai continuar a ser uma praça pública, mas vai passar a ser um espaço de espaços. A partir de agora, na minha proposta, organizações do Fórum Social Mundial podem efetuar ações que levam o selo do FSM. Algo como FSMM, ou seja, Fórum Social Mundial em movimento. Por que na reunião de Copenhague as organizações que lá estavam não podiam dizer que eram do FSMM?

Essa ideia da presença do Fórum é  fundamental que se faça porque vai ter duas dimensões. A primeira é que nós temos que ter um pensamento sólido e propostas para que se crie esse pensamento sólido. Essas novas teorias que não são da vanguarda, mas da retaguarda. Teorias que avançam, sistematizam, facilitam, acompanham, protegem, auxiliam.

A educação popular tem que ser toda transformada. Os movimentos sociais é que são os grandes educadores e educam a todos nós na prática de sua transformação, na luta por uma vida melhor. Sendo assim, temos de ter instrumentos como a universidade de movimentos sociais.

Temos que denunciar o Comitê Nobel da Paz, porque é um comitê que se transformou em um comitê de guerra. Só tem direito ao Prêmio Nobel da Paz quem faz a guerra. Temos duas formas de denunciar isso. Uma é dizer que não temos nada a ver com isso. A outra coisa é mobilizarmos ativamente, coletivamente, com muita força, para propor outro Prêmio Nobel da Paz.

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