Ministério Público diz que prefeito liderava esquema de fraudes em Bebedouro
Além de Italiano, ação civil pública instaurada por promotores denuncia outras 24 pessoas por improbidade
Publicado 11/06/2011 - 16h50
Depois de um ano de investigações sobre possíveis irregularidades nas licitações da prefeitura de Bebedouro, o Ministério Público (MP) entrou, no último dia 2 de maio, com Ação Civil Pública por improbidade administrativa contra o prefeito João Batista Bianchini, o Italiano, e mais 24 pessoas. Entre elas estão quatro ex-assessores: Edson Pereira (Compras), Fabiano Botamedi (Educação), Rafael Marcussi (Gabinete) e Gelson Ginetti (Planejamento), 10 empresários, 2 contadores e 8 empresas. Para o MP, o esquema de fraudes lesou o município em R$ 7,8 milhões. Os lucros seriam divididos entre os empresários e os ex-assessores, com indícios de que o prefeito receberia 10% do valor das obras.
O promotor de Justiça Leonardo Romanelli diz não ter nenhuma dúvida de que Italiano era o “cabeça” do esquema de fraudes. “A última pessoa a entrar no esquema foi Marcos Zuliani, empresário de Catanduva, que disse em seu depoimento ter sido convidado pessoalmente pelo prefeito para integrar o esquema” – explica o promotor. E completa: “Os operadores internos do esquema da Prefeitura eram amigos do prefeito Italiano, um sobrinho (Rafael Marcussi) e um cunhado (Fabiano Botamedi)”.
Com o sigilo bancário quebrado e os bens bloqueados, o prefeito Italiano ainda luta para se defender das acusações que, segundo ele, “não passam de perseguição política por parte da mídia, do Ministério Público e de seus adversários políticos na cidade”. Até o fechamento desta edição, o prefeito não se afastara do cargo, porém os promotores continuavam tentando.