Khamenei afirma que resultado eleitoral será mantido no Irã

Aiatolá tem a responsabilidade de homologar resultado eleitoral. Emissora pública iraniana aponta que recontagem parcial confirma votação

Supremo líder do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, em Teerã (Foto: Reuters/Morteza Nikoubazl)

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta quarta-feira (24) não recuar diante dos protestos contra os resultados das eleições presidenciais do país, que geraram as maiores manifestações de rua desde a revolução islâmica de 1979, informou a agência Reuters. A televisão pública iraniana Press TV anunciou que a recontagem parcial de votos confirma o resultado.

“Insisti e insistirei na implantação da lei na questão eleitoral… Nem o regime nem a nação se renderão à pressão a qualquer custo”, afirmou Khamenei. As declarações foram feitas no dia seguinte ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama se dizer “ultrajado” pela repressão no Irã.

A tensão no Irã pode atrapalhar os planos de Obama de estabelecer diálogo com a República Islâmica sobre o programa nuclear do país, que Teerã afirma ser pacífico, mas que, para os Estados Unidos e países da Europa, pode significar uma ameaça de produção de armas atômicas.

O Irã acusa os EUA e a Grã-Bretanha de fomentar as manifestações pós-eleitorais e tem mostrado manifestantes presos afirmando à TV estatal que foram incitados pela mídia ocidental. Há denúncias de planos dos serviços secretos dos países em território iraniano.

Votação

Apesar de ter ampliado em dez dias o prazo para receber e analisar denúncias sobre a eleição, o aiatolá Khamanei e o Conselho devem manter o resultado. Composto de 12 membros – seis clérigos de alto escalão indicados pelo Líder Supremo e seis juristas islâmicos –, o Conselho precisa assegurar que todas as leis obedeçam à lei islâmica da sharia e à Constituição iraniana. É também o órgão responsável por uma avaliação prévia dos pré-candidatos em eleições presidenciais.

A votação de 12 de junho foi alvo de acusações de fraude pelo candidato derrotado Mirhossein Mousavi. Divulgados um dia depois do pleito, a contagem apontou ampla maioria para o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad. A recontagem estava prevista por decisão do Conselho dos Guardiães de rever 10% do total de votos.

Forças policiais têm imposto duras restrições em Teerã para evitar mais manifestações contra as eleições supostamente fraudadas. A esposa de Mousavi, Zahra Rahnavard, pediu a libertação imediata das pessoas presas desde a eleição e criticou a presença de forças armadas nas ruas. “É meu dever continuar a realizar protestos legais para preservar os direitos iranianos”, disse Rahnavard.

No início da semana, um porta-voz do Conselho, que precisa aprovar o resultado, voltou a descartar a possibilidade de anulação da eleição, dizendo que não foram constatadas grandes irregularidades.

Com informações da Reuters

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