Corte de NY julga primeiro preso de Guantánamo na Justiça comum

Tanzaniano acusado por 286 crimes estava preso desde setembro de 2006 em Cuba

Detentos da prisão de Guantánamo, em Cuba (Foto: Reuters/Lincoln Else/National Geographic

Washington – Um suposto militante da Al Qaeda acusado pelos atentados de 1998 contra embaixadas norte-americanas na África foi transferido nesta terça-feira (9) da prisão militar na baía de Guantánamo para um tribunal de Nova York onde será julgado, informou o Departamento de Justiça dos EUA.

Ahmed Ghailani se torna o primeiro preso de Guantánamo a ser julgado numa corte civil dos EUA. Ele chegou escoltado no começo da manhã a Nova York e deve comparecer ainda nesta terça-feira à Justiça Federal em Manhattan, segundo nota do Departamento de Justiça.

O tanzaniano estava preso desde setembro de 2006 na base de Guantánamo, que fica encravada em Cuba. Ele é acusado por 286 crimes, inclusive o de conspirar com Osama bin Laden e outros membros da Al Qaeda para matar norte-americanos em algum lugar do mundo, e também especificamente por cada uma das 224 mortes resultantes dos atentados de 7 de agosto de 1998 contra as embaixada dos EUA na Tanzânia e no Quênia.

Vários dos crimes atribuídos ao réu podem acarretar a pena de morte ou de prisão perpétua.

Desde que em janeiro o presidente Barack Obama determinou a desativação da prisão de Guantánamo, vários parlamentares se mostram preocupados com a transferência de suspeitos de terrorismo para o território norte-americano.

Tentando afastar os temores, o secretário de Justiça, Eric Holder, disse na nota que o Departamento tem “um longo histórico de deter com segurança e de julgar com sucesso suspeitos de terrorismo no Judiciário, e vamos empregar essa experiência na busca por justiça nesse caso”.

Ghailani foi levado a julgamento nos EUA por decisão de uma comissão que revê a situação dos 240 supostos militantes ainda mantidos em Guantánamo. Ele é suspeito de ter comprado um caminhão e os tanques de oxigênio e acetileno usados no atentado da Tanzânia, que matou 85 pessoas, e de ter ajudado fisicamente nos preparativos para o ataque nas semanas anteriores à sua realização.

O outro atentado do mesmo dia, no Quênia, matou 213 pessoas.

Fonte: Reuters

Leia também

Últimas notícias