Conflito com indígenas derruba popularidade de Alan García

Presidente do Peru perde nove pontos em um mês e agora tem aprovação de apenas 21% da população

Presidente Alan García vê a popularidade desgastar-se desde os episódios de 5 de junho, que motivaram especulações sobre saídas de ministros e protestos em todo o país (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom. Agência Brasil)

Segundo a pesquisa Ipsos Apoyo, 76% dos peruanos desaprovam a gestão de Alan García. O conflito com indígenas, que resultou em dezenas de mortes e terminou com um pedido de desculpas do presidente, levou a aprovação a apenas 21%, a pior crise do governo.

Sobre o episódio em Bagua e outras cidades amazônicas, 84% reprovam a atitude de García e 57% consideram que ele é o grande culpado pelas mortes.
Em entrevista ao diário El Comércio, o diretor do Ipsos Apoyo, Alfredo Torres, afirmou que foi por água abaixo a confiança no chefe de Estado e nas autoridades peruanas como um todo.

Ainda que a maioria dos entrevistados reconheça não saber exatamente de que se tratavam os decretos que os indígenas queriam derrubar, a maioria aprovou a decisão do Congresso de extinguir as leis. Além disso, 57% opinam que a comunidade indígena tinha razão em seus protestos e poucos acreditam nos números fornecidos pelo governo sobre a morte de manifestantes.

Primeiro-ministro ratificado

O presidente confirmou no cargo de primeiro-ministro Yehude Simon, que sofre pressões tanto de setores de direita quanto de esquerda para deixar o cargo. O próprio Simon havia dito que deixaria o cargo assim que fosse resolvido o problema com os indígenas, mas Alan García decidiu dar um voto de confiança porque se trata de “um homem honesto, capaz de dizer a verdade e com grande capacidade de diálogo e convencimento”.

O primeiro-ministro terá de ir ao Congresso na quarta-feira e há boa possibilidade de que sofra uma moção de censura aos atos ocorridos no início do mês.

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