Líderes de países candidatos se preparam para votação por 2016

Até poucos anos atrás, os chefes de Estado não participavam tão ativamente da votação olímpica

Arquivo: Presidente Lula, o governador do RJ, Sérgio Cabral, e o presidente do COB, Carlos Nuzman, durante solenidade da campanha “Rio sede das Olimpíadas 2016″(Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Berlim – Sejam eles presidentes, reis ou premiês, os chefes de Estado têm participado cada vez mais ativamente dos processos de escolha de sedes do Comitê Olímpico Internacional (COI) nos últimos anos, angariando votos para suas candidaturas.

Quando o COI se reunir em Copenhague no dia 2 de outubro para eleger a sede da Olimpíada de 2016, Chicago, Tóquio, Rio de Janeiro e Madri vão contar com o apoio de importantes líderes políticos para convencer os 115 eleitores.

Até poucos anos atrás, os chefes de Estado não participavam tão ativamente da votação olímpica.

No entanto, o tamanho e orçamento cada vez maiores dos Jogos e o escândalo de propina da Olimpíada de Inverno de 2002 em Salt Lake City, quando presentes foram trocados por votos, contribuíram para uma nova prática eleitoral, uma vez que os membros do COI foram impedidos de viajarem para as cidades candidatas.

Em 2005, quando o COI estava escolhendo a sede dos Jogos de 2012, o então premiê britânico Tony Blair voou para Cingapura para reunir-se com dezenas de membros do COI e defendeu ativamente a proposta de Londres.

O líder francês Jacques Chirac também estava lá, no entanto fez o mínimo de reuniões acreditando que a favorita Paris já estava garantida como vencedora.

Como já aconteceu várias vezes em votações do COI, a favorita foi batida e Londres comemorou uma vitória inesperada creditada em grande parte ao lobby feito por Blair.

A presença do líder russo, Vladimir Putin, na sessão de 2007 na Guatemala também conquistou votos importantes para Sochi, que bateu a favorita austríaca Salzburg.

Atento a essa nova tendência, o COI pediu aos chefes de Estado que participem da votação sem ofuscar o evento propriamente dito com seus enormes esquema de segurança e vários assessores.

“Vamos tratar eles de acordo com o protocolo. Se os chefes de Estado querem estar presente eles têm todo o direito”, disse o presidente do COI, Jacques Rogge. “Mas queremos que eles contenham suas atividades de acordo com o que foi acertado na comissão de ética. Claro que o COI está muito honrado com a presença de dignitários. Isso também é uma afirmação de que as autoridades públicas estão apoiando a candidatura, mas isso não é uma exigência do COI.”

Para a votação de Copenhague, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o rei Juan Carlos, da Espanha, já têm presença confirmada, enquanto as autoridades japonesas tentam convencer o novo premiê Yukio Hatoyama a participar.

Chicago não terá o presidente Barack Obama, envolvido na aprovação da reforma do sistema de saúde dos EUA, mas a primeira-dama Michelle, nascida em Chicago, vai representar o marido.

Fonte: Reuters