Dia M 200

Bicentenário de Karl Marx tem programação especial em São Paulo

Aula, debate, filme, teatro, feira de livros e bolo de aniversário para celebrar o legado do filósofo que esmiuçou as estruturas de exploração capitalista e mudou o mundo com suas ideias

Divulgação/Boitempo

Dois séculos depois do seu nascimento, ideias de Marx ainda suscitam debates apaixonados em todo o mundo

São Paulo – Neste sábado (5), data que marca o bicentenário de nascimento de Karl Marx, a Editora Boitempo, a Fundação Lauro Campos e a revista Carta Capital prepararam uma programação especial sobre o pensamento do filósofo alemão que viu nascer e analisou as estruturas da sociedade industrial moderna – muitas delas  persistem até hoje –, assim como as ideias do autor do Manifesto do Partido Comunista (1848), d’O Capital (1867), dentre outras obras discutidas, adoradas ou repudiadas, mais de um século e meio depois de publicadas. 

O evento em São Paulo, chamado Dia M 200, começa com aula do professor de Teoria da História Jorge Grespan, da USP, que fará uma introdução à vida e à obra do pensador, abordando conceitos caros à teoria marxista, como o valor da mercadoria, a extração de mais-valia, e a luta de classes entre trabalhadores – que efetivamente produzem – e os detentores dos meios de produção.

Na sequência, será exibido o filme O Jovem Karl Marx, dirigido pelo haitiano Raoul Peck, que aborda aborda os dramas familiares, as suas primeiras pesquisas e publicações, além da agitada vida política, durante os seus primeiros 30 anos de vida.

Já o legado das ideias de Marx será debatido pelas professoras Leda Paulani (FEA/USP), Hermínia Maricato (FAU/USP) e Rosane Borges (Celacc/USP). 

Haverá também a apresentação da peça O Capital – entrada proibida, exceto para negócios, e ainda uma feira de livros, com 15 títulos lançados neste ano do bicentenário relacionados à história e ao pensamento marxista, dentre eles Karl Marx e o nascimento da sociedade moderna, de Michael Heinrich

Heinrich diz que o século 19 viu nascer o capitalismo industrial, a mídia de massas, a democracia participativa, a luta pelo voto universal e por direitos iguais para cada cidadão, fundamentos da sociedade moderna que conformam ainda hoje o mundo, e foi Marx o seu mais perspicaz analista. “Ele foi testemunha desse longo processo de nascimento, e foi um analista de primeira linha. Portanto, podemos aprender muito sobre a sociedade atual se nos debruçarmos sobre Marx.”

À noite, o Dia M – que ocorrerá na sede da Fundação Lauro Campos, na Alameda Barão de Limeira, 1.400, Campos Elísios, região central da capital paulista – termina com festa, música e bolo, com 200 velinhas para o “velho camarada”. 

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