Música

Primeiro clipe de rapper transgênero exige respeito com pessoas LGBT+

Filmado durante seis dias, primeiro videoclipe de Triz propõe reflexão sobre diversidade de gênero. 'Elevação Mental' é um grito contundente por uma sociedade com mais empatia

Divulgação

‘O preconceito não te leva a nada. Não seja mais um babaca de mente fechada porque o ódio mata, mas o amor sara’

“Família, primeiramente, eu queria deixar bem claro que eu não estou aqui para representar o rap feminino, não, certo?! Muito menos o masculino. Eu estou aqui para representar o rap nacional. E eu peço que respeitem a minha identidade de gênero”. É com essa mensagem que Triz começa seu primeiro videoclipe – Elevação Mental –, que acaba de ser lançado em seu canal do YouTube. O filme é dirigido por Cesar Gananian, com produção musical de Pedro Santiago e direção de fotografia de Davi Valente e Camila Picolo.

Paulista de 18 anos, a/o rapper é transgênero não-binário ou neutro, que não se identifica com o gênero feminino nem com o masculino. Exatamente por sofrer na pele a discriminação, Triz apresenta uma letra potente e de levada forte. A música é um grito por respeito com a população LGBT+. “O preconceito não te leva a nada. Não seja mais um babaca de mente fechada porque o ódio mata, mas o amor sara. De qual lado ‘cê’ vai ficar?”, canta no refrão.

Com participação de várias pessoas transgênero, letra e vídeo fazem um apelo para que todos e todas sejam tradados com equidade, independentemente de orientação sexual, raça ou aparência. “Brasil, país que mais mata pessoas trans. Espero que a estatística não suba amanhã. Me diz, por que o jeito de alguém te incomoda? F*da-se se te incomoda, é o meu corpo, é minha história. E sobre a minha carne você não tem autoridade. Não seja mais um covarde de zero mentalidade. Seja inteligente, abra sua mente: o mundo é de todos, não seja prepotente. Seja gay, seja trans, negro ou oriental, coração que pulsa no peito é de igual pra igual”, rima.

Ao mesmo tempo que a letra de Elevação Mental é um tapa na cara do preconceito e dos preconceituosos, é também um pedido de paz. É isso que ela/ele pede em sua página do Facebook: “Compartilhem e espalhem a paz”.

A ideia do clipe nasceu quando o diretor Cesar Gananian viu um vídeo caseiro de Triz cantando a música. O filme foi gravado em seis dias em estúdio e várias locações, com uma equipe de 40 pessoas, drones e outros equipamentos usados geralmente em grandes produções cinematográficas. “Multiplicamos a imagem de Triz com uso de espelhos e projeções, criando assim um efeito que acredito revelar a infinitude de ‘eus’ que carregamos dentro de nós”, afirma o diretor.

Leia também

Últimas notícias