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Escolas de samba do Rio suspendem desfile de 2018, após Crivella cortar verbas

Segundo a liga das escolas, que destacam benefícios econômicos do carnaval carioca, corte de 50% dos recursos 'tornará os desfiles inviáveis de serem feitos com a mesma qualidade com que estavam sendo produzidos'

Fernando Grilli / Riotur / Fotos Públicas

Considerado um dos maiores espetáculos da Terra, desfile das escolas de samba do Rio está sob risco, na gestão de Marcelo Crivella

Rio de Janeiro – As escolas de samba do Grupo Especial da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) divulgou uma nota no final da noite de quarta-feira(14), no página da liga no Facebook, em que comunica a decisão de que não haverá desfiles das escolas do grupo especial do Rio de Janeiro no carnaval de 2018 após a decisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), de cortar pela metade os recursos da subvenção destinados às escolas de samba.

A decisão da Liesa foi tomada durante uma reunião na sede da entidade com a participação de presidentes das escolas de samba. Segundo a nota, presidentes das escolas de samba e a Liesa  aguardam o agendamento de uma audiência já solicitada para tentar “encontrar uma solução para o problema”.

Na nota, a Liesa destaca os “benefícios econômicos, financeiros, de geração e renda, além da valorização da imagem da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil” e o aumento substancial da arrecadação de impostos e receitas diretas e indiretas “proporcionadas durante o período de preparação e realização dos desfiles carnavalescos”.

Segundo a Liesa, o corte de 50% dos recursos “trará graves consequências para produção do espetáculo” e tornará os desfiles inviáveis de serem feitos com a mesma qualidade com que estavam sendo produzidos.  A entidade também destacou que Crivella, enquanto candidato, visitou a sede da Liesa e firmou um compromisso de manter o subsídio aos desfiles, com perspectiva de aumentar os recursos.

Prefeitura

Crivella divulgou, na segunda-feira (12), a decisão do corte e informou que os recursos destinados às escolas de samba seriam transferidos para aumentar o repasse de manutenção de creches conveniadas com o município. De acordo com a prefeitura, as agremiações receberam cerca de R$ 24 milhões para os desfiles de 2017, e, agora, 50% do valor serão revertidos para melhorar a alimentação e o material escolar das crianças.

Quando a decisão foi divulgada, a prefeitura garantiu que o remanejamento não significa que as escolas de samba ficariam sem recursos. A ideia oficial é fazer investimentos diretamente nas agremiações por meio do Conselho de Turismo com a utilização de um fundo setorial ou por cadernos de encargos.