Arte popular

Festival de Teatro do Campo Limpo promove espetáculos em ruas de São Paulo

Peças, shows, debates, saraus e oficinas tomam conta de ruas e praças da região por 5 dias

Artistas e ativistas, grupos culturais levam cidadania à periferia paulistana

São Paulo – Ocorre de 29 de maio a 2 de junho a 8ª edição do Festival Nacional de Teatro do Campo Limpo (Festcal), na zona sul da capital paulista. Organizado pela Trupe Artemanha de Investigação Teatral, o festival reúne doze grupos de quatro estados (São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e Ceará) em espetáculos, oficinas e debates. “A ideia é mostrar que as pessoas da periferia não têm de atravessar a cidade para ter e fazer arte. Temos tudo aqui”, diz a curadora do festival e integrante da trupe, Dêssa Souza.

Neste ano, o evento ocupará ruas e espaços do Campo Limpo (Espaço Cita e Praça João Tadeu Priolli), do Capão Redondo (Céu Feitiço da Vila) e de Paraisópolis (CEU e Parque Santo Dias). “É um espaço não só de peças, mas de trocas e experiências artísticas entre os artistas e o público”, diz Dêssa.

O Festcal é organizado e montado pelos grupos participantes e conta com verba do Programa de Ação Cultural, que apoia iniciativas de intercâmbio e promoção cultural no estado de São Paulo.

Neste ano, o grupo homenageado pelo Festcal é o Movimento Escambo Livre de Rua, que reúne grupos de teatro e artistas populares dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Pará, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Surgido no fim dos anos 1980, o Movimento Escambo está presente em pequenas cidades do interior, assentamentos e periferias das grandes cidades, o grupo desenvolve atividades culturais como teatro, dança, artes plásticas, cinema e contação de histórias. “O festival é importante para mostrar a comunidade ao mundo e a ela mesma. O artista não precisa ir onde o povo está, porque o povo é o artista. A arte é um direito de todos”, diz Junio Santos, integrante-fundador do Movimento Escambo.

Revirada cultural

O 8º Festival Nacional de Teatro de Campo Limpo terá como parte de sua programação a 3ª Revirada Cultural da Resistência, evento artístico-político que reúne coletivos artísticos em 36 horas ininterruptas de atividades. Segundo Dêssa, a revirada marca dois anos de ocupação do Cita, espaço público que ficou abandonado por 16 meses e hoje é sede da Trupe Artemanha.

A Revirada Cultural começa no dia 1º de junho, a partir das 18h, com atividades de teatro, música, cinema, poesia e artes plásticas. Haverá ainda um debate e um sarau, que encerra a programação. As atividades são todas gratuitas e os interessados nas oficinas devem se inscrever pelo email [email protected].

A programação do festival e da revirada estão disponível no site da Trupe Artemanha.

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