Zona leste de SP

Após pressão das famílias, crianças devem recuperar transporte escolar gratuito

Moradores do Jardim Helian chegaram a protocolar denúncia no Ministério Público por causa do corte promovido pela gestão Doria

Divulgação

Familiares de crianças do Jardim Helian protocolaram denúncia no MP contra a gestão Doria por conta do TEG

São Paulo – Pelo menos 102 crianças devem recuperar o direito ao Transporte Escolar Gratuito (TEG) no Jardim Helian, zona leste da capital paulista, após mobilização de mães, pais e da Associação de Moradores do bairro. Após 10 dias do início das aulas, a Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Itaquera começou a comunicar os familiares na manhã de hoje que o serviço será normalizado. Um grupo de famílias e representantes da associação de moradores esteve nesta manhã no Ministério Público (MP) paulista para apresentar uma denúncia contra a gestão do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pelo corte no programa.

“A DRE ligou hoje informando que vai incluir nossas crianças no TEG. Foi uma longa luta até aqui. Fomos na escola, na DRE e realizamos uma assembleia que decidiu recorrer ao MP. Nosso bairro não tem condições de as crianças irem andando pra escola”, afirmou o representante da associação Rodrigo Martins.

O documento protocolado por ele solicita que as crianças que estudam na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Gleba do Pêssego tenham acesso ao transporte escolar, com base nos critérios de barreiras físicas, que são trechos do caminho considerados intransitáveis ou que imponham riscos às crianças.

Algumas crianças não foram ainda para escola esse ano por falta do transporte. É o caso do filho da ajudante geral Cleide de Moraes Silva, mãe do João Pedro, de 5 anos. “Ele já estudava lá no ano passado e tinha transporte. Não é justo tirar agora. Não posso pagar por um transporte particular. Aqui as ruas são quase todas ladeiras, sem sinalização, sem calçada, com muito mato. É perigoso para as crianças”, afirmou.

Segundo Cleide, ela foi informada que seria acionado o Conselho Tutelar, caso as crianças não fossem à escola. “Eu gostaria que acionassem, mesmo, aí a gente expõe essa situação absurda”, completou.

Os pais compreendem que pelo critério de distância não teriam direito, mas salientam que o problema é a falta de segurança das vias do bairro, onde circulam vans de transporte coletivo, carros e caminhões, mas que não possui sinalização ou semáforos.

“É um cuidado que a gente quer ter com nossos filhos. Eu e meu marido trabalhamos o dia todo e o transporte também da uma segurança nesse sentido. No ano passado, meu filho estava na creche e tinha o transporte”, explicou a autônoma Vanessa Vieira, mãe do Matheus, de 4 anos.

A Secretaria Municipal da Educação informou que a DRE Itaquera está entrando em contato com as famílias para resolver a situação. A pasta também informou que todo o sistema de concessão do TEG foi informatizado, ampliando a transparência da gestão. Antes eram os diretores das escolas que definiam a concessão.

O problema de corte no TEG, no entanto, atinge outras regiões da cidade, como a RBA vem mostrando desde o início do ano. No Grajaú, zona sul, a prefeitura orientou os pais a trocar os filhos de escola. No início deste mês, um grupo de familiares protestou na DRE Capela do Socorro. Os trabalhadores do TEG também têm protestado contra os cortes no programa

 

Leia também

Últimas notícias