Demanda

Movimentos querem que fórum de educação discuta plano paulistano para a área

Fórum de São Paulo, que foi instalado nesta quarta-feira, deve preparar as conferências municipal e nacional da área

Alexandre Moreira/Brazil Photo Press/Folhapress

O prefeito de São Paulo instalou o colegiado, há anos uma cobrança de movimentos sociais

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), instalou hoje (8) o Fórum Municipal de Educação, uma reivindicação de mais de dois anos dos movimentos sociais. Nos moldes dos fóruns nacional e estadual, ele será composto por integrantes da prefeitura, de universidades e da sociedade civil e terá como principal função preparar as conferências municipal e nacional do setor.

A primeira reunião do fórum está programada para o próximo dia 25, quando serão definidos o funcionamento da entidade e as comissões temáticas em que ele se dividirá. A Conferência Municipal de Educação de São Paulo, que antecede o encontro nacional e que será o primeiro desafio do grupo, está marcada para 25 e 26 de julho.

Os movimentos sociais que participaram do lançamento criticaram a falta de espaço que o Plano Municipal de Educação terá no fórum. “Não se falou nada sobre o plano e nós entendemos que acompanhá-lo deve ser umas das nossas principais atribuições, principalmente nesta etapa em que ele se encontra, de debate no Legislativo”, afirmou a integrante do fórum Denise Carreira.

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    Depois de uma série de atrasos, o documento acabou sendo encaminhado para a Câmara Municipal no final do ano passado. Até agosto, o projeto estava engavetado na prefeitura, o que fez com que o Ministério Público Estadual exigisse explicações do então prefeito, Gilberto Kassab (PSD) sobre a demora em encaminhar o documento. A Secretaria Municipal de Educação justificou que aguardava a aprovação do Plano Nacional de Educação para dar continuidade ao processo, argumento refutado por especialistas.

“O trabalho do fórum ficou restrito à preparação das conferências, mas entendemos que temos o papel de acompanhar a tramitação do plano e depois monitorar sua implementação e fazer avaliações e revisões”, avalia Denise. “Vivemos em uma cidade profundamente desigual em oportunidades educacionais, onde as redes não dialogam entre si.”

As reclamações foram feitas diretamente para o secretário Cesar Callegari. Os movimentos sociais solicitaram uma audiência com ele para debater a questão.