Brasil tem maior aumento de investimento em educação em oito anos entre 30 países

Investimento por aluno cresce 121% no Brasil de 2000 a 2008, segundo estudo da OCDE. Levantamento incluiu países ricos e algumas nações em desenvolvimento

São Paulo – O Brasil registrou o maior aumento no investimento por aluno em educação da educação infantil ao ensino médio, segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo divulgado nesta terça-feira (13) analisa dados de 30 países e mostra que houve aumento de 121% no Brasil.

O estudo incluiu os países associados à OCDE, o que inclui nações desenvolvidas. Pela primeira vez, Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia e África do Sul foram incluídas. Clique aqui para ler a íntegra (em inglês). O estudo menciona 36 países, mas não há dados disponíveis de todos eles para cada um dos recortes analisados.

Em comparação ao Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país durante um ano, o Brasil também apresentou maior alta proporcional entre as nações estudadas no período. Instituições educacionais recebiam o equivalente a 3,5% do PIB em 2000. Oito anos depois, o valor alcançava 5,3%, elevação de 1,8 ponto percentual.

Nesse caso, uma proporção inferior a 5,9% do PIB é considerado o patamar inferior à média dos estados pertencentes à OCDE. Outro dado revelado é que, no caso do ensino superior, o aumento de 48% do investimento foi menor do que o crescimento da quantidade de alunos. Assim, a relação entre despesas e número de alunos teve redução de 6%.

Ainda assim, segundo a OCDE, os dados mostram que o Brasil tem colocado a educação como prioridade nas despesas públicas. No total, as despesas com educação passaram 10,5% para 17,4% do total do orçamento estatal. É a terceira maior proporção encontrada no estudo, atrás apenas do México e da Nova Zelândia.

Outro avanço diz respeito ao número de pessoas de 25 a 64 anos que não completaram o segundo ciclo da educação secundária (equivalente ao atual ensino médio). Em 2007, eram 63% os que se encontravam nessa condição. Três anos depois, a parcela caiu para 59%.

Emprego

Entre os jovens de 15 a 29 anos que não estão matriculados e já possuem graduação de ensino superior, há 6,2% de desemprego. O resultado indica que um nível educacional maior torna os jovens menos vulneráveis à ficar sem trabalho. O oposto também vale, segundo o relatório: “A falta do ensino médio é um sério impedimento para encontrar um trabalho”.

No Brasil, quem tem diploma de nível superior ganha 156% a mais do que pessoas que alcançaram apenas o ensino médio. Em média, os países associados à OCDE apresentam remunerações 50% maiores.

Com informações da Agência Brasil