Estagnação

Taxa de desemprego estaciona, no país do trabalho informal

De 1,5 milhão de novas ocupações em 12 meses, mais da metade (861 mil) é de trabalhadores por conta própria. Rendimento fica estável

Reprodução
Reprodução
Número de trabalhadores por conta própria soma 24,6 milhões. Eles representam 26% dos ocupados no país

São Paulo – A taxa média de desemprego no país ficou em 11,2% no trimestre encerrado em novembro, abaixo tanto de agosto (11,8%), como em relação a igual período do ano passado (11,6%), um movimento que pode ser considerado normal nesta época. Apesar do menor número de desempregados – estimado em 11,863 milhões –, o mercado de trabalho segue se caracterizando pelo crescimento da informalidade. O número de trabalhadores por conta própria, 24,597 milhões, é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (27) pelo IBGE.

O número de desempregados caiu 5,6% em três meses (menos 702 mil) e 2,5% em relação a novembro de 2018 (menos 300 mil). E o total de ocupados, de 94,416 milhões, também recorde da série, cresceu 0,8% e 1,6%, respectivamente. Apenas no trimestre, a ocupação cresceu principalmente devido à alta no comércio (338 mil dos 785 mil), indicando contratações temporárias.

Assim, em 12 meses, o país tem 1,501 milhão de ocupados a mais. Desse acréscimo, 516 mil são empregados com carteira no setor privado, aumento de 1,6%, para um total de 33,420 milhões. Já os trabalhadores por conta própria aumentaram em 861 mil (3,6%). Eles representam mais de um quarto (26%) dos ocupados. Incluídos os sem carteira do setor privado, são 38,5%. Somados os sem carteira do setor público e do serviço domésticos, mais de 46%.

Os chamados subtilizados, pessoas que estavam disponíveis para trabalhar mais, somam 26,576 milhões, queda de 4,2% no trimestre e de 1,1% em um ano. A taxa de subutilização agora corresponde a 23,3% da força de trabalho.

Já os desalentados somam 4,656 milhões, número estável nas duas comparações. Eles correspondem a 4,2% da mão de obra, segundo o IBGE.

Entre os setores, na comparação anual o instituto apurou aumento na ocupação na indústria (2,7%) e em serviços de transporte, armazenagem e correio (5,3%). Os demais tiveram estabilidade.

Estimado em R$ 2.332, o rendimento médio habitual não teve alteração considerada significativa em nenhuma das comparações. A massa de rendimentos atinge R$ 215,104 bilhões, crescimento trimestral de 2,1% e anual de 3%, devido ao maior número de ocupados.