Banco Central

‘Prévia’ do PIB de 1,15% para 2018 indica ‘estagnação’, segundo Dieese

Para o diretor técnico da entidade, Clemente Ganz Lúcio, os números indicam que a economia ficou 'praticamente estagnada' e segue 'andando de lado'

TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL

Sem refresco: crescimento da informalidade trava consumo das famílias e PIB continua “andando de lado”

São Paulo – A economia brasileira cresceu 1,15% em 2018, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado pelo Banco Central na última sexta-feira (15). Esse índice funciona como uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto) oficial, que será anunciado pelo IBGE no próximo dia 28. Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, os números do BC indicam que a economia ficou “praticamente estagnada” e segue “andando de lado”. 

Entre as causas, explica Clemente em comentário na Rádio Brasil Atual nesta segunda-feira (18), está a falta de “dinamismo” no consumo das famílias, que não avança devido às elevadas taxas de desemprego e o crescimento do emprego informal, o que leva a quedas sucessivas do setor de serviços, responsável por quase 60% da movimentação da economia brasileira. Em 2017, o crescimento do PIB foi de apenas 1%.

Ele também aponta a queda de investimentos do governo federal em infraestrutura, e em contratações de pessoal. No setor privado, as empresas também não investem, devido à “capacidade ociosa” do setor, quando a base produtiva das indústrias ainda não foi totalmente utilizada.

Com todas as “locomotivas” do crescimento “com os pés no freio”, a consequência é a manutenção do “baixo dinamismo” no mercado de trabalho. “Os postos de trabalho, quando aparecem, são precários, informais, com baixa remuneração e alta rotatividade. A indústria não contrata, o setor público também vem bloqueando contratações. Soma-se a isso o aumento da terceirização, que precariza salários e condições de trabalho.”

Segundo o diretor do Dieese, a situação econômica em 2019 não deve mudar radicalmente. “Pelo contrário, cada vez mais os analistas começam a estimar crescimento abaixo de 2%. O que configuraria mais um ano de baixo crescimento econômico, o que é muito perverso para os trabalhadores especialmente”, afirma.