Em 2018

Desemprego em São Paulo recua com trabalho autônomo e doméstico

Rendimento ficou estagnado e tempo de procura por trabalho aumentou

Elza Fiúza/Agência Brasil

Segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese, o número de autônomos na Grande São Paulo cresceu 5,3% em 2018

São Paulo – O desemprego na região metropolitana de São Paulo fechou 2018 com taxa de 16,6%, abaixo do ano anterior (18%), no primeiro recuo desde 2013. O número de desempregados foi estimado em 1,837 milhão, 165 mil a menos, resultado da abertura de 111 mil vagas (1,2%) e da saída de 54 mil pessoas do mercado de trabalho (-0,5%). Embora o emprego formal tenha crescido, as principais altas no ano passado foram do trabalho autônomo e doméstico, de menor remuneração. A pesquisa é da Fundação Seade e do Dieese, divulgada nesta terça-feira (29).

Os institutos apontam retração da taxa de desemprego em todas as áreas da Grande São Paulo, variando de 15% (sub-região oeste, que inclui Osasco e Barueri) a 20,9% (norte, onde ficam Caieiras, Franco da Rocha e Mairiporã). Ficou em 15,8% na capital e em 17,3% na região do ABC. 

Enquanto na média a ocupação cresceu 1,2% e o total de assalariados com carteira subiu 1,4%, o número de autônomos que trabalham para o público aumentou bem mais, 5,3%, e o de empregados domésticos ainda mais: 9,1%.

Mas aumentou o tempo de procura por trabalho, de 45 para 49 semanas. Entre os desempregados, 36% não tinha completado o ensino médio e mais da metade (52,3%) estavam em busca de trabalho há mais de seis meses. Já 48,6% dos ocupados tinham ensino médio completo ou superior incompleto.

No recorte por faixa etária, a taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos chegou a 35,7% (37,3% em 2018). No intervalo entre 25 e 39, foi a 14,2%, diminuindo para 10,8% entre 40 e 49 anos e 9,4% de 50 a 59 anos.

Entre os ocupados, os serviços domésticos abriram 53 mil vagas no ano passado e os serviços de transporte, armazenagem e correio, 48 mil. A indústria de transformação teve saldo de 35 mil. Perto da estabilidade, o segmento de comércio e reparação de veículos criou 11 mil postos de trabalho, enquanto a construção civil fechou igual número de vagas. Administração pública, defesa, saúde e seguridade eliminaram outras 45 mil.

Estimado em R$ 2.115, o rendimento médio dos ocupados teve leve recuo, de -0,3%. A massa de rendimentos variou 0,8%.

Dezembro

Apenas no último mês de 2018, a taxa de desemprego foi de 15,1%, com estimados 1,681 milhão de desempregados, 69 mil a menos do que em novembro. O rendimento médio dos ocupados foi estimado em R$ 2.060, variação de -0,3%.