Sem recuperação

Desemprego sobe na Grande São Paulo e atinge 2 milhões

Taxa foi a maior para o mês desde 2004. Mercado não fechou vagas de fevereiro para março, mas cresceu o número de pessoas procurando trabalho

EBC

Contas não fecham: renda das famílias cai e leva mais pessoas a procurar trabalho

São Paulo – A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo subiu para 18,5% em março, com uma estimativa de 2,066 milhões de desempregados, 84 mil a mais do que em fevereiro e 316 mil em um ano. É a maior taxa para o mês desde 2004 e também a mais alta desde junho daquele ano. Os resultados, divulgados hoje (26), são da pesquisa mensal elaborada pela Fundação Seade, ligada ao governo paulista, e pelo Dieese.

De acordo com a pesquisa, o desemprego aumentou porque houve crescimento na procura de emprego, com número insuficiente de vagas: enquanto a ocupação permaneceu praticamente estável de fevereiro para março, com abertura de 11 mil postos de trabalho (0,1%), 95 mil pessoas ingressaram na população economicamente ativa (PEA), aumento de 0,9%.

Na comparação com março do ano passado, a situação é diferente. São 161 mil a mais na PEA, aumento de 1,5%, para um mercado que fecha 155 mil vagas, queda de 1,7% – a menor variação dos últimos 12 meses, apontam os técnicos. Com isso, o número de desempregados aumenta em 316 mil (18,1%).

Entre as áreas pesquisadas, a taxa de desemprego foi maior na chamada sub-região leste, que inclui municípios como Guarulhos e Mogi das Cruzes: 20,1%, menor do que em fevereiro (21,6%). Subiu de 17,5% para 19,2% na sub-região sudeste, onde se localiza o Grande ABC. Recuou de 17,9% para 16,7% na oeste (Osasco, Barueri e outras cidades) e cresceu de 17% para 18,1% na capital paulista.

O emprego com carteira assinada teve resultado ligeiramente positivo no mês, com abertura de 24 mil vagas formais no setor privado (0,5%). Em relação a março de 2016, cai 5,2%, com fechamento de 269 mil postos de trabalho.

Nos setores, a indústria de transformação abriu 10 mil vagas (0,8%) no mês, os serviços, 6 mil (0,1%) e o comércio/reparação de veículos, 2 mil (0,1%), os dois últimos em situação de estabilidade. A construção civil eliminou 17 mil (-2,8%). 

Em 12 meses, a indústria elimina 87 mil vagas (-6,4%), os serviços fecham 83 mil (-1,5%) e a construção, 65 mil (-10%). O comércio/reparação de veículos abre 100 mil, expansão de 6,1%. 

Estimado em R$ 1.973, o rendimento médio dos ocupados variou 0,1% no mês. Em um ano, cai 4,8%, com a massa de rendimentos recuando 7,1%.