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Temer reduz índices de conteúdo local em petróleo e gás. Trabalhadores criticam

Governo desestimula o crescimento da indústria nacional e contribui para o desemprego. Metalúrgicos lembram exemplo bem sucedido do Inovar Auto

reprodução/TVT

Política de conteúdo local foi criada para desenvolver a cadeia industrial em torno da exploração do petróleo

São Paulo – O governo federal redefiniu ontem (22) as regras de conteúdo local para o setor de petróleo e gás e determinou uma redução média de 50% nos percentuais de equipamentos e serviços produzidos no país, exigidos em licitações. A decisão é criticada por petroleiros e sindicalistas.  

Para exploração em terra, o índice de conteúdo local será 50%. Nos blocos em mar, o conteúdo mínimo será de 18% na fase de exploração, 25% para a construção de poços e 40% para sistemas de coleta e escoamento. Nas plataformas marítimas, o percentual será 25%. Atualmente, os percentuais de conteúdo local são definidos separadamente em cada rodada nos editais que são publicados para chamar os leilões.

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), reduzir a exigência de conteúdo local significa optar por importar equipamentos que poderiam ser produzidos aqui e que contribuiriam para a alavancar a atividade industrial. “A gente está falando de petróleo, mas vale para mineração, para qualquer setor da indústria. No caso do petróleo, é mais necessário ainda uma política de conteúdo local, porque o petróleo acaba”, destaca Gisele Vieira, da FUP, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT

Os metalúrgicos também defendem a exigência do conteúdo local e dão como exemplo o Inovar Auto, programa que estimulou a produção nacional de peças e equipamentos visando a atingir índices de nacionalização de 57,5% na frota de veículos. “O sucesso foi gigantesco. Quase todas as marcas aderiram ao Inovar Auto”, afirma Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. 

Outra demanda dos metalúrgicos, segundo Rafael Marques, é por um programa de renovação da frota. Também calcado na política de conteúdo local, nos moldes do Inovar Auto, a renovação da frota poderia provocar efeitos positivos na economia superiores ao esperado com os saques das contas inativas do FGTS.