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Bancos dificultam renegociação de dívidas dos consumidores, diz Idec

Além de impor barreiras para saldar débitos pendentes do consumidor, os bancos continuam oferecendo crédito de forma inconsequente, criando um círculo vicioso de juros sobre juros

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Idec: apesar da dívida do consumidor, bancos continuam oferecendo crédito de maneira ‘banalizada’

São Paulo – Segundo estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), 60,8% dos consumidores não conseguem renegociar dívidas com os bancos, o que amplia a inadimplência. Os principais motivos para o insucesso na renegociação são a terceirização do débito para outra empresa, ter um pedido de novo prazo para o pagamento negado e intransigência do banco na renegociação de dívidas que ainda não apontam inadimplência.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (3), a economista do Idec Ione Amorim afirma que a falta de flexibilização no débito a ser pago pelo consumidor ao banco é dos principais motivo para a inadimplência. “Os bancos normalmente já apresentam uma proposta para o consumidor aceita-la. Muitas vezes, essa proposta não é compatível com a renda do consumidor. Então, a pessoa entra na renegociação por imposição do banco e depois volta para a situação de inadimplência.”

O estudo mostra que 29,1% dos consumidores não conseguiram fazer a renegociação pelo fato de o débito ser transferido para agências especializadas em cobrança, em que a negociação é mais complicada. “Os bancos ficam com as dívidas por 180 dias, depois passam o débito para escritórios especializados. Nesse caso de renegociação, as empresas são mais duras e as dívidas são atualizadas com juros maiores, o que impede uma renegociação.”

A economista também explica que, apesar dos débitos pendentes do consumidor, os bancos continuam oferecendo crédito bancário de forma inconsequente. “A oferta de crédito é feita de maneira banalizada, sendo uma das responsáveis por levar o consumidor chegar ao endividamento, porque é oferecido sempre mais crédito ao consumidor para ele sair da dívida. Então, é um círculo vicioso, com juros sobre juros.”

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