Com cortes no comércio, mercado formal só abre 29 mil vagas em janeiro

Indústria e construção civil foram destaques no mês, o mais fraco em cinco anos, segundo o Caged. De acordo com o Ministério do Trabalho, esses dois setores começam a mostrar recuperação. Saldo no governo Dilma atinge quase 3,6 milhões

São Paulo – O mercado formal de trabalho teve o resultado mais fraco em cinco anos para janeiro, com saldo de 28.900 empregos com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (22) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Em 12 meses, o saldo é de 1.163.847, crescimento de 3,03% sobre o estoque, que agora está em aproximadamente 39,6 milhões. De acordo com o MTE, somados Caged e Rais (Relação Anual de Informações Sociais, que abrange celetistas e servidores públicos federais), foram criados 3.586.753 de vagas formais no governo Dilma Rousseff.

O resultado de janeiro é resultado de 1,794 milhão de contratações e 1,765 milhão de demissões. Seis dos oito setores tiveram resultado positivo, com destaque para a indústria de transformação, que abriu 43.370 vagas (expansão de 0,53%), a construção civil, com 33.421 (1,07%, a maior alta percentual) e serviços, com 14.746 (0,09%). Mas o comércio, após as festas de fim de ano, eliminou 67.458 empregos, queda de 0,75%. Em cada um dos três anos anteriores, o saldo superou os 100 mil (118.895 em 2012, 152.091 em 2011 e 181.419 em 2010)  – em 2009, no reflexo da crise mundial, foram eliminadas quase 102 mil vagas.

Na indústria de transformação, 11 dos 12 segmentos tiveram crescimento no emprego. A exceção foi o da produção de alimentos e bebidas. As indústrias de calçados, têxtil, mecânica, metalúrgica, de borracha e materiais de transportes se destacaram no primeiro mês de 2013.

Entre as regiões, houve crescimento do emprego formal no Sul (48.843) e no Centro-Oeste (16.335) e queda no Nordeste (-29.200), Norte (-5.495) e Sudeste (-1.583). No Nordeste, o MTE atribuiu a redução a fatores sazonais, ligados ao setor de açúcar e álcool, além do desempenho negativo do comércio. O Norte e o Sudeste também tiveram maus resultados no comércio – no segundo caso, também diminuiu o número de vagas na agricultura. Das unidades da federação, 16 registraram recuo e 11 aumentaram o nível de emprego.

“Os setores reagem em momentos diferentes”, afirmou o diretor do Departamento de Emprego e Salário, Rodolfo Torelly. “A sazonalidade é o retrato da geração de emprego nos estados.” Segundo ele, as medidas de estímulo do governo já aparecem na indústria e na construção civil, “mostrando que os setores começaram a se recuperar”.

 

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