Dilma ataca ‘insensibilidade’ tucana e diz que manterá redução de tarifas de energia

Presidenta afirma que não recuará e que redução do preço de energia é prioridade para 2013 e tão importante quanto taxa de juros e de câmbio para melhorar a competitividade do país

Dilma durante a abertura do Encontro da Indústria. Estatais sob governo da oposição criticadas por não aderir a plano por tarifa menor (Wilson Dias/ABr)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (5), durante a solenidade de abertura do 7º Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, que lamenta “profundamente” a “insensibilidade” dos governos estaduais que não aderiram ao novo modelo de concessões elétricas, cujo objetivo é baixar em 20.2% as tarifas de energia no Brasil.

“Para isso, nós adotamos dois conjuntos de medidas. Um conjunto que era reduzir os encargos nas tarifas de energia, notadamente a RGR, a CSS e Conta de Desenvolvimento Energético. Essas três tarifas, junto com o fim das concessões de energia elétrica, antecipação em alguns casos e o fim em outros, permitiram que a gente reduzisse em 22% essas tarifas”, explicou a presidenta.

Dilma afirmou que a redução do preço de energia será questão prioritária em 2013, como fator essencial para estimular a competitividade no país. “O governo federal vai buscar o máximo esforço para reduzir as tarifas, isso é algo fundamental no Brasil, é tão importante quanto a redução da taxa de juros e de câmbio para melhorar a competitividade do país.”

Os estados que não aceitaram diminuir lucros para reduzir também as tarifas são governados pela oposição, sobretudo pelo PSDB. Por uma decisão que teve o avala da cúpula tucana, as principais usinas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, ligadas respectivamente à Cesp, à Cemig e à Copel, ficaram de fora do novo modelo. Como elas são responsáveis por 25% de toda a geração de energia do país, a expectativa de redução média caiu de 20% para 17%. No caso dos consumidores residenciais, caiu de 16% para 10%, com efeito no bolso dos consumidores esperado para março.

Em seu discurso, porém, Dilma afirmou que não irá “recuar” e sinalizou que manterá os índices de redução originalmente previstos usando recurso do orçamento da União, que “serão repassados para suprir a indústria e a população brasileira, “aquilo que os outros não tiverem a sensibilidade de fazer”.

Ainda sobre a competitividade, Dilma ressaltou a importância na queda da taxa de juros para para aumento da produtividade e a importância dos recursos naturais para a produção industrial do país. “Devemos utilizar nossos recursos não apenas para exportar produtos primários. Temos que diversificar nossa base produtiva, fortalecer a indústria, investir em capital humano e em vantagens competitivas em todos os setores.”

Pronatec

A educação foi lebrada por Dilma como uma questão não apenas social e moral, mas “política e econômica também.” Segundo a presidenta, não há inovação tecnológica sem educação de qualidade para a população. “Nenhum país chegou a ser competitivo e desenvolvido sem estar ancorado a fundo na questão da educação.” 

A presidenta ressaltou a parceria com o Confederação Nacional da Indústria (CNI) no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “O Pronatec tem a chave do futuro do país, tem a capacidade de dar qualidade ao ensino médio e dar qualidade aos profissionais e trabalhadores. Tudo o que colocarmos na educação é investimento no presente e uma poupança para o futuro.”