Empresas de crédito apostam em Olimpíada e Copa para impulsionar setor

Representante de empresas de crédito acredita que retomada da economia e eventos esportivos internacionais devem levar volume de empréstimos a 70% do PIB

Investimentos em infraestrutura geram, na visão do economista, novos empregos, que ampliam o potencial de financiamento para as pessoas (Foto: BCMF Arquitetos/Divulgação)

A retomada da economia brasileira aliada à necessidade de investimentos para receber a Copa do Mundo de 2014 e os jogos olímpicos de 2016 devem impulsionar o mercado de crédito no Brasil. Segundo Adalberto Savioli, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o movimento deve ocorrer independentemente de as margens bancárias, chamadas de spread, diminuírem, o que está ligado a reduções de tributação e do compulsório.

“O país passa por uma retomada da economia, agosto teve 289 mil novos empregos e alcançou níveis do ano passado”, enumera. “À medida que a taxa de juro (básica da economia) fica em torno de 8% a 9% ao ano e por conta de toda a movimentação da Copa e das Olimpíadas, o Brasil vai passar a ter novos investimentos”, avalia Savioli, diretor-executivo do Banco Panamericano.

Os investimentos em infraestrutura geram, na visão do economista, novos empregos, que ampliam o potencial de financiamento para as pessoas. “Os bancos têm mais apetite e oferecem mais crédito quando a população tem renda maior”, calcula.

Apesar de o spread praticado alcançar os menores níveis desde 2007 – a menor da série histórica iniciada em 2000 –, os bancos ainda mantém margens de 34% para a pessoa física, 11 pontos percentuais abaixo do índice alcançado no auge da crise. “O principal do spread são impostos diretos e indiretos, PIS e Cofins, compulsório e inadimplência. À medida que as taxas permanecem nesses níveis, a tendência é que o mercado fique mais acertado, com bancos operando menos em tesouraria e buscando mais riscos de crédito para manter receitas”, aposta.

Entidades de defesa de direitos do consumidor e ligadas ao movimento sindical vêm promovendo uma ofensiva contra as margens bancárias praticadas no país, primeira ou segunda maiores do mundo, dependendo do levantamento. Um projeto de lei tramita na Câmara dos Deputados para regular os ganhos dos bancos.

Como 2010 é ano eleitoral, Savioli acredita que haverá interesse do governo em reduzir o volume de depósitos compulsórios, usados historicamente como um dos instrumentos para conter a inflação. A Acrefi pretende discutir questões relacionadas a crédito e à avaliação do setor da crise econômica de 23 a 25 de outubro, em Campos do Jordão (SP).

A Acrefi reúne empresas de crédito, o que inclui bancos de varejo públicos e privados, assim como instituições de crédito ligadas a indústrias e grandes redes de varejo.

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