Reajuste do salário mínimo leva à valorização geral do trabalho

Melhoria do poder de consumo estimula ciclo produtivo, avalia especialista do Dieese. Novo valor está previsto para entrar em vigor em janeiro

Política de valorização do salário mínimo é garantia de mais recursos circulando na economia. Fonte: Dieese (Infográfico: Rede Brasil Atual/Júlia Lima)

O reajuste do salário mínimo de R$ 465 para R$ 506, previsto para janeiro de 2010, vai causar uma reação em cadeia benéfica à economia, afirma a economista Ana Maria Belavenuto, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com Ana Maria, 69,25% dos beneficiários da Previdência, mais de 18 milhões de pessoas, recebem até um salário mínimo, entre aposentados e pensionistas. Grande parte das 6,7 milhões de trabalhadoras domésticas também tem seus rendimentos definidos pelo piso.

“A renda das pessoas que ganham salário mínimo vai toda para o consumo. Esses recursos entram no ciclo produtivo e se transformam numa reação em cadeia que beneficia a sociedade toda”, diz a economista.

Para ela, o reajuste do mínimo e seu impacto favorável na economia cria também um ambiente favorável para quem ganha acima do piso. “A valorização que está ocorrendo nos últimos anos leva a um movimento de valorização geral da remuneração e do trabalho, o que aumenta muito mais o contingente de pessoas atingidas e sua importância na economia.”

O valor do novo mínimo, previsto para vigorar a partir de janeiro, é uma estimativa baseada na proposta orçamentária da União para 2010. O índice definitivo, variação do custo de vida mais o aumento do PIB em 2008 (5,1%), só será conhecido após a apuração da inflação anual medida pelo INPC-IBGE.