Reforma

Copa da Rússia deverá encerrar formato atual, que já dura 20 anos

Copa de 2022, que será disputada no Catar, começará em novembro e terminará em dezembro, pouco antes do Natal. A Fifa estuda ampliar para 48 o número de seleções participantes, em vez das atuais 32

RFS/RU

Fifa discute aumento de participantes já em 2022 e Copa de 2018 pode ser a última com 32 seleções na disputa

São Paulo – O atual modelo de disputa da Copa do Mundo de futebol, com 32 nações disputando o troféu durante os meses de junho e julho – período que corresponde ao verão no hemisfério norte –, pode ter vivido a sua última edição na Rússia. O Conselho da Fifa anunciou que irá discutir, em outubro, a ampliação para 48 seleções participantes, já para o torneio de 2022, no Catar. O número de equipes já está confirmado pela entidade para o Mundial de 2026, que terá três sedes – Estados Unidos, Canadá e México. 

Mas a entidade já definiu que a Copa do Catar não será disputada durante o meio do ano, como no padrão atual. O calor durante o verão no país do Oriente Médio fez com que a Fifa alterasse o calendário do torneio para o fim do ano: começará em 21 de novembro, com final prevista para 18 de dezembro.

O atual formato começou há exatos 20 anos, na França, na Copa de 1998. Para aquela edição do Mundial, a Fifa aumentou de 24 para 32 as seleções participantes. Com isso, a organização extinguiu o critério de “terceiros melhores colocados”, para montar as chaves das oitavas de final e somente os dois melhores de cada um dois oito grupos passaram a avançar à fase seguinte, com jogos eliminatórios até a final.

Histórico

Com 88 anos de história e em sua 21ª edição, a Copa do Mundo já passou por diversas transformações desde sua criação. Em mais de oito décadas, o número de participantes cresceu 146% desde a primeira edição, em 1930, quando foi disputada no Uruguai.

Naquele ano, com 13 seleções participantes, as equipes eram distribuídas em três grupos de três seleções e um grupo com quatro times. Os vencedores das chaves avançariam para as semifinais. Quem vencesse decidia o título.

Em 1934, na Itália, e 1938, na França, mais três equipes foram adicionadas e 16 disputaram o torneio. O Mundial não teve fase de grupos, mas jogos eliminatórios desde o começo. Os oito que se classificavam disputaram quartas de final também em mata-mata até a final.

A Copa do Mundo de 1950, no Brasil, teve mais uma mudança – um tanto inusitada para os tempos atuais. Novamente com 13 países participantes, o torneio foi dividido em dois grupos com quatro seleções, um com três equipes e um outro, de duas. Os vencedores de cada grupo formaram uma nova chave e jogaram todos contra todos. Sem uma partida final, o primeiro lugar entre as quatro equipes era o campeão.

De 1954, na Suíça, ao torneio sediado no México, em 1970, novamente 16 seleções disputavam o torneio, em quatro grupos de quatro times cada – os dois primeiros passavam à fase seguinte, as quartas de final, com jogos únicos até a decisão.

Nos torneios de 1974, na então Alemanha Ocidental, e de 1978, na Argentina, o mata-mata foi retirado. Ainda com 16 equipes e também com quatro chaves iniciais, os primeiros colocados se classificavam para outros dois grupos de quatro e os vencedores de cada um disputavam a fase final.

Em 1982, na Espanha, foi novamente ampliado o número de participantes, agora, para 24 nações – divididas em seis grupos de quatro. Os dois primeiros dos grupos iam à segunda fase, organizada com outras quatro chaves de três equipes. Depois, os vencedores disputavam jogos eliminatórios com semifinais e a final.

As Copas do México (1986), Itália (1990) e Estados Unidos (1994) foram as últimas antes dos padrões atuais. Ainda com 24 seleções, mantiveram as seis chaves iniciais. Os primeiros e segundos colocados, com os quatro melhores terceiros, avançaram para os jogos eliminatórios: oitavas de final, quartas, semifinais e a final.

O formato de 2026

O novo formato do Mundial, com 48 equipes, não vai alterar o número de 12 estádios, nem a duração de 32 dias do torneio, muito menos o número de jogos dos finalistas – atualmente sete. 

Os países serão divididas em 16 grupos de três times. Segundo o planejamento da Fifa, os dois melhores de cada chave avançam ao mata-mata. Os 32 então viram 16. E vão se enfrentando em oitavas de final, quartas, semi e final.

Para 2026, a América do Sul deverá haver seis vagas diretas, com mais uma na repescagem. O mesmo sedará com as seleções organizadas pela Concacaf, da América do Norte e América Central. A Europa terá 16 vagas diretas e a África, nove, com mais uma repescagem. Já a Ásia terá oito vagas diretas e uma repescagem, enquanto a Oceania terá só uma vaga direta.