Pochmann e Artur Henrique são opções do PT de Campinas para prefeitura

Outros nomes, como o do atual prefeito em exercício, não são descartados

Presidente do PT, Ari Vieira, disse que tanto Pochmann (Foto), quanto Artur, terão que intensificar as agendas em Campinas se quiserem concorrer (Foto: Ricardo Mansho / divulgação)

São Paulo – O presidente do PT de Campinas, Ari Fernandes, confirmou que o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, é pré-candidato para a disputa eleitoral de 2012. O petista também garantiu a intenção de contar com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, entre os nomes que poderão representar o partido no pleito municipal.

Em entrevista nesta quinta-feira (22), Ari Fernantes sustenta que as sugestões são citadas por militantes desde 2010 como opções. A afirmação sugere que a movimentação em favor do nome de Pochmann teria começado ainda antes de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter colocado o economista no páreo, em meados deste mês.

“Quando abrimos as pré-candidaturas, no ano passado, o nome do Pochmann já foi lembrado aqui no PT de Campinas, então não foi nenhuma novidade para nós o Lula falar no nome dele e a possibilidade de ele entrar nessa disputa”, disse Fernantes. “Ele (Pochmann) esteve aqui em março e deu uma sinalização positiva para a candidatura.”

Fernandes contou que o presidente da CUT também já era cotado por alguns militantes, principalmente por lideranças ligadas ao movimento sindical. “O Artur se esquivou de dizer se aceita ou não disputar a pré-candidatura”, disse o presidente do PT. Segundo ele, uma conversa com o sindicalista está prevista para o fim de semana.

A assessoria de imprensa de Artur informa que não há uma posição definida, sem descartar a possibilidade de candidatura. No cargo desde 2007, o dirigente tem mandato à frente da maior central sindical do país até agosto do ano que vem.

Ari Fernandes ainda garante que, além de Pochmann e de Artur, há outros nomes dispostos a enfrentar a disputa. O atual prefeito em exercício, Demétrio Villagra, e três vereadores municipais – Angelo Barreto, Jaírson Canário, e Josias Lech – pleiteiam a condição de pré-candidatos.

A avaliação é de que Pochmann sai “cacifado” por ter sido citado pelo ex-presidente Lula. “Mas de acordo com as tradições de todas as outras eleições que nós disputamos, os pré-candidatos têm de ter militância, de circular na cidade inteira, de estar participando de atividades nas ruas, que carregar bandeiras nos bairros e nas periferias”, observou Fernandes.

Crise não preocupa

Campinas atravessa uma crise política, iniciada em maio, quando o prefeito, Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio, a primeira-dama, Roseli Nassim, e diversos membros do Executivo foram acusados de participação em fraudes nas licitações que envolviam a prefeitura e a Sanasa, empresa prestadora de serviços mista de saneamento e água. As acusações culminaram na cassação do prefeito e na posse de seu vice, Demétrio Villagra.

Apesar da posse, ele vem enfrentando dificuldades na gestão, incluindo questionamentos judiciais. Durante uma operação da Polícia Federal, Villagra chegou a ser preso, acusado de envolvimento nas irregularidades.

“A instabilidade faz parte da política, agora ela já está se acalmando. A minha impressão é que o Demétrio e a equipe que ele vem escolhendo estão se dando muito bem. A cidade precisa de ritmo, ela não pode ficar parada diante de crise, então a crise não está sendo preocupante no nosso entender“, disse Fernandes. Para ele, a ameaça de afastamento de Villagra na Justiça é um tentativa de golpe.

A intenção de Fernandes é chegar até o início do ano que vem com o nome que irá representar o PT já firmado. Apesar de trabalhar para o consenso, o presidente do partido não vê problemas em atravessar prévias. “Nós estamos tentando chegar, até novembro, a uma convergência, um acordo, que nos permita sair com um nome só, mas não teremos problema também se for preciso fazer os debates e as prévias.”