Para Alckmin, passageiros ‘preferem ir apertados’ de trem e metrô em São Paulo

Em inauguração de novas paradas da Linha 4 - Amarela, governador diz que opção de usuários é por viagem mais curta. Agora, estação nova na capital, só em 2013

Alckmin minimizou a superlotação pelo fato de o sistema ser mais rápido e não ter congestionamentos (Foto: José Luís da Conceição/Divulgação Governo SP)

São Paulo – O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), comemorou o aumento do número de usuários do metrô e dos trens. Ele participou, nesta quinta-feira (15), da viagem inaugural de duas novas paradas da Linha 4 – Amarela, na capital paulista, na Luz e na República. “Nós hoje transportamos 215 mil passageiros por dia na Linha 4. Deveremos chegar ao fim do ano com mais de meio milhão e no ano que vem, com 700 mil passageiros”, afirmou.

As vias da Companhia do Metropolitano (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Municipais (CPTM) – vinculadas à Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos – e da Viaquatro – consórcio privado que administra a Linha 4 – são alvo de reclamações pela lotação. Dados da Community of Metros (CoMet) indicam que a concentração de pessoas é a maior entre as 12 maiores redes metroviárias do mundo.

“É bom que novas pessoas peguem o metrô. Elas preferem ir mais apertadas, mas chegar em casa no horário”, disse Alckmin

“Batemos o recorde de passageiros na CPTM, com 2,5 milhões (em 6 de setembro), e no Metrô, com 4,150 milhões (em 12 de agosto)”, disse Alckmin. Questionado sobre o colapso do sistema, minimizou a superlotação exaltando o fato de o sistema ser mais rápido e não ter congestionamentos.

“É bom que novas pessoas peguem o metrô. Elas preferem ir mais apertadas, mas chegar em casa no horário”, insistiu. O governador também ressaltou que a população se motiva pela economia da tarifa. Segundo ele, é mais barato pegar um trem e depois o metrô, por R$ 2,90, do que a integração entre um metrô e um ônibus, R$ 4,29.

 

Linha de menos, gente demais

Atrás de México, Santigo e Buenos Aires
O metrô paulistano é tido como um dos mais modernos do mundo, mas o serviço poderia ser muito melhor se não fosse a lentidão com o que o governo do Estado investe no sistema, que começou a operar nos anos 1970 e possui 70 quilômetros de extensão divididos em cinco linhas. A média diária de passageiros é de 3,4 milhões, sendo que a cidade tem quase 12 milhões de habitantes e é o centro de uma região metropolitana com 20 milhões de pessoas.
A Cidade do México, centro de um conglomerado urbano com o mesmo número de habitantes, começou seu sistema metroviário na mesma época que o de São Paulo e já chegou a 202 quilômetros em suas 11 linhas.
A Grande Santiago, no entorno na capital do Chile, também inaugurou sua primeira linha em meados dos anos 1970. Com 6,6 milhões de habitantes, a cidade é servida por 105 quilômetros e cinco linhas de metrô, e deve chegar a 120 quilômetros em 2014.
Buenos Aires, na Argentina, começou a construir suas linhas subterrâneas no início do século 20. Hoje conta com 56 quilômetros em seis linhas, para uma população de 3 milhões de pessoas.
Desde 2008, segundo a CoMET, organização que reúne as 12 maiores redes de trens metropolitanos do mundo, o metrô paulistano é o mais cheio do planeta. O cálculo envolve o número de passageiros por quilômetro construído.

Acompanhado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD), o governador voltou a prometer que as novas paradas devem aliviar as estações Sé e Paraíso, já que passageiros da zona leste podem ir até a estação República (pela Linha 3 – Vermelha) e, dali, tomar a linha 4, com destino à avenida Paulista, por exemplo. Na Luz, a conexão é com a Linha 2 – Azul.

“Essas duas estações vão aliviar a Sé. A vantagem de fazer novas estações e integrar mais o sistema é que ele fica mais equilibrado. São dadas outras opções. A estação Sé, por onde passam 800 mil passageiros por dia, vai ser aliviada em 20% com a utilização da Luz e da República. Não só a Sé, mas a Paraíso também”, explicou Alckmin. As duas estações acumulavam, até agora, todas as conexões entre as linhas.

O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ressaltou que também há a estimativa de que 25 mil pessoas tenham migrado dos ônibus do corredor da avenida Rebouças e da rua da Consolação para a via. “Obviamente, eu preferia que mais gente deixasse o carro para usar o metrô”, adiantou-se Fernandes.

O horário inicial de funcionamento é das 10h às 15h, de segunda a sábado. Alckmin prometeu ainda que, até o dia 30 deste mês as duas estações estarão funcionando no horário integral, das 4h40 à 0h e até a 1h aos sábados, além de operar aos domingos.

Inaugurada em maio de 2010, a Linha 4 passou um ano funcionando em horário reduzido para testes – embora a expectativa inicial fosse de que o período duraria seis meses. Com a abertura de novas estações, esse período foi sendo ampliado. Desde a última segunda-feira (12), as demais paradas já ficam abertas durante os dias úteis e aos sábados no mesmo horário do restante da rede do Metrô.

Novas estações

Alckmin afirmou que a próxima estação a ser entregue será a Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás, em 2013. Ele disse que é alto o investimento em segurança e tecnologia em todas as linhas. “Estamos investindo para diminuir o intervalo entre as composições e, com isso, aumentar a quantidade de trens”, afirmou o governador.

As outras cinco estações da Linha 4 – Amarela, (Mackenzie-Higienópolis, Fradique Coutinho, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) têm previsão de entrega somente em 2014. Sérgio Avelleda, presidente do Metrô, descartou a possibilidade de a linha estar completa para a Copa do Mundo. Segundo ele só algumas estações ficarão prontas antes do evento esportivo.

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