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Agentes públicos e milícias tentam impedir solução do caso Marielle, diz Jungmann

'Temos denúncias de dois testemunhos. Graves denúncias', afirmou o ministro da Segurança Pública. PGR pede que Polícia Federal abra inquérito para apurar indícios

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Após sete meses, assassinato da vereadora do Psol segue sem solução

São Paulo – Indícios apontam que os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, contaram com o envolvimento de agentes públicos e milícias com interesse político. A informação foi divulgada na tarde de hoje (1º) pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. “Temos denúncias de dois testemunhos. Graves denúncias”, disse.

Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março, e após sete meses o crime segue sem que sejam apontados os culpados. Novas informações, obtidas por meio de depoimentos que correm em segredo de justiça, motivaram a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a pedir reforços na investigação do crime. A procuradoria ainda pede proteção da Polícia Federal às famílias envolvidas.

O pedido da PGR foi feito na noite de ontem e acatado hoje por Jungmann. “A PGR determinou que a PF abrisse inquérito para investigar o caso, a partir de denúncias que envolvem uma organização criminosa com agentes públicos de diversos órgãos e milícias que estariam cometendo a contravenção de impedir que se chegue aos mandantes e executores reais do duplo homicídio.”

Até então, as investigações do crime eram tratadas majoritariamente pela esfera estadual. Agora, com indícios de que agentes públicos possam estar atuando para impedir a solução do crime, fez-se a necessidade de ampliar os esforços, disse Jungmann. “Com base nessas acusações de que existe uma organização criminosa integrada por agentes públicos, milícias e interesses diversos, como políticos, para impedir que se elucide o crime, tomamos essa providência para que se investigue esses agentes, milicianos e todos os envolvidos que tentam impedir que se chegue aos executores e mandantes do brutal assassinato”, concluiu.