transporte público

Manifestantes ocupam secretaria contra cortes em linhas de ônibus de SP

Eles reclamam que as mudanças afetam principalmente os moradores da periferias, que terão de pegar vários ônibus para chegar até o centro expandido da cidade

Reprodução/SP Sem Medo

Secretaria de Transporte foi ocupada para forçar a prefeitura a ouvir a população sobre impactos dos cortes nos ônibus

São Paulo – Manifestantes da Frente Povo Sem Medo ocuparam a sede da Secretaria de Municipal de Transportes, no centro de São Paulo, nesta quarta-feira (21) contra as mudanças nas linhas de ônibus que a prefeitura pretende fazer, que que devem extinguir 149 linhas e outras 186 terão seus trajetos alterados. Eles esperam a chegada do secretário Sérgio Avelleda para apresentarem suas reivindicações. 

Os manifestantes dizem que as medidas foram tomadas pela gestão Doria sem ouvir a população, atendendo apenas aos interesses dos empresários do setor, e que os mais afetados serão os moradores das periferias que terão de fazer mais baldeações para chegar até o centro expandido da cidade. 

O protesto começou por volta das 15h30, na Praça da República, e na sequência os manifestantes caminharam pelas ruas de comércio do centro, até chegarem à sede da secretaria. “Não é mole, não, o almofadinha quer tirar nosso busão”, era um dos gritos entoados pelos manifestantes, em alusão ao prefeito João Doria (PSDB). 

Eles temem os transtornos no aumento das baldeações necessárias para fazer um mesmo percurso, situação admitida inclusive pela prefeitura, que alega que com as alterações, os ônibus deverão circular com intervalos menores. 

Dona Valcir, de 65 anos, que mora no Capão Redondo, na zona sul, sofre de artrose nas pernas, e diz que ter de subir e descer dos ônibus a desanima a sair de casa. “Eu já estou aposentada, mas e os filhos da gente que precisam trabalhar? Vai ser difícil ter que trocar o tempo todo.” 

Eles também lembraram que os cortes nas linhas, com a previsão de retirada de mais de 900 ônibus de circulação, pode significar desemprego para os trabalhadores dos transportes. “A coisa já tá ruim, e eles ainda querem tirar os ônibus da gente”, diz Vanderlei, que mora na ocupação André Almeida, em São Mateus, na zona leste de São Paulo. 

“Eles querem só tirar o que já está feito, em vez de melhorar e ampliar os transportes”, reclama a lojista Ivonete, que mora em Cidade Tiradentes, na zona leste. “A gente não precisa de uma cidade linda, a gente precisa de uma cidade com as pessoas trabalhando e tudo funcionando bem”, diz Jussara, moradora de Itaquera.

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