Consciência negra

Vozes da marcha: o racismo ainda organiza a nossa desigualdade

No dia da 14ª Marcha da Consciência Negra, em São Paulo, vídeo captura impressões de cidadãos a respeito do racismo enraizado em nossa cultura e seu papel na formação das injustiças sociais

Roberto Parizotti/CUT

Ativistas se concentram sob o vão do Masp antes da marcha

São Paulo – Nem a chuva constante em São Paulo impediu que milhares de pessoas comparecessem à 14ª Marcha da Consciência Negra, realizada nesta segunda-feira (20). A prefeitura dificultou a saída da marcha, ao proibir o tráfego do caminhão de som que seria seguido pelo cortejo até da Avenida Paulista até o Teatro Municipal. A administração de João Doria (PSDB), que extinguiu a Secretaria de Igualdade Racial no início do ano, receberia ainda o “Troféu Raça Negra” na noite de ontem.

O Brasil é um país racista? A reportagem fez esta pergunta para pessoas que não participavam da manifestação. Voz dissonante, Antonio Funchal, servidor público, afirmou não concordar com a tese, seria um “mimimi das pessoas de achar que vivemos em um mundo de preconceitos”. As demais consideraram que existe, sim, racismo no país. Porém, quando perguntados se se consideram racistas, todos recusam o rótulo.

“As pessoas sabem que o Brasil é um país racista, mas não se consideram racista, porque pega muito mal ser racista. Ninguém merece ser enxovalhado na escola e em seu cotidiano, mas o fato objetivo é que o racismo organiza a desigualdade no Brasil”, afirmou Adriana de Cássia Moreira, professora e militante da Frente Alternativa Preta, uma das entidade responsáveis pelo ato.

Confira o vídeo na íntegra: