consciência negra

CUT lança campanha de combate à desigualdade racial no trabalho

Entre as atividades, está um pedido ao setor empresarial para que assuma compromissos pela valorização da população negra

TVT/REPRODUÇÃO

Campanha quer chegar dentro das empresas. Até 2015, brancos ganhavam 40% mais que os negros

São Paulo – No mês da Consciência Negra, a CUT lançou nesta quarta-feira (9) a campanha “Basta de Racismo no Trabalho e na Vida“. Entre as atividades, está o encaminhamento ao setor patronal de notificação para que assuma compromissos pela promoção da igualdade racial nas empresas. 

O racismo que acontece na vida, também acontece no trabalho. Carlos Gabriel, que trabalha na rua como agente de prevenção à dengue, sabe o que é ser olhado com preconceito. “Aconteceu comigo já. Estávamos eu e minha colega branca e (a dona da casa) fala que não posso entrar, mas ela sim. É triste demais”, lamenta, em entrevista ao repórter Jô Myiagui, da TVT.

A educadora Yeda Leal conta que também sofre com o racismo no ambiente de trabalho e lembra da desvalorização dos negros setor trabalhista. “Nós precisamos fazer várias mudanças no Brasil, para que a gente possa ter o nosso povo negro incluído no mercado de trabalho”, afirma.

Graças a políticas educacionais como ProUni e Fies, entre 2005 e 2015, o índice de negros ensino superior saltou de 5,5% para quase 13%, de acordo com o IBGE. Entretanto, os negros ainda são minoria nos cargos de comando. Uma pesquisa do Instituto Ethos mostra que apenas 6,3% são gerentes e só 4,7% são executivos. Para as mulheres negras a situação é ainda pior, somente 1,6% está em cargos de gerência e somente 0,4% nos cargos executivos. 

Ainda de acordo com o IBGE, em 2013 os brancos ganhavam 52% a mais do que os negros. Em 2015, a diferença caiu para 40%. “Queremos que a campanha entre nos locais de trabalho, para ter um olhar sem preconceito com os negros que têm qualidade maior, qualificação, mas não evoluem no seu ambiente trabalho”, diz a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Aparecida Silva.

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