resistência

Metalúrgicas fazem ato em Diadema contra o feminicídio

Trabalhadoras homenagearam Geyse Andrade Silva, ex-funcionária da Revoluz, assassinada em agosto pelo ex-companheiro

Edu Guimarães/SMABC

A ideia da campanha é levar o debate sobre a violência contra a mulher para o chão de fábrica

São Paulo – Metalúrgicas fizeram na manhã desta terça-feira (10) um ato contra a violência à mulher. A manifestação das mulheres ligadas ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se realizou em homenagem à Geyse Andrade Silva, ex-funcionária da Revoluz, assassinada em agosto pelo ex-companheiro, no município de Diadema.

De acordo com a coordenadora da Internacional de Serviços Públicos no Brasil, Denise Motta Dau, é preciso chamar a atenção da sociedade para a violência praticada contra a mulher. O caso de Geyse é um exemplo dessa realidade. “As mulheres mais jovens correm mais riscos de serem assassinadas, por conta de relacionamentos abusivos, maior vulnerabilidade e assédio. O termo ‘feminicídio’ é um aperfeiçoamento da legislação brasileira para que nós possamos dar visibilidade para esse tipo de crime, no qual uma mulher é assassinada pelo fato de ser mulher”, explica, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Segundo Denise, a mobilização feita pelas metalúrgicas é importante não apenas para levar o tema para o chão de fábrica, mas também denunciar o desmonte das políticas públicas para mulheres em São Paulo. Um dos locais afetados é a Casa da Mulher Brasileira, no bairro do Cambuci, que nunca foi inaugurada. “Ela foi parte de um projeto lançado pela ex-presidenta Dilma, em 2013. Nós terminamos a gestão Haddad com a casa construída, mas a gestão atual não inaugurou. São Paulo é uma cidade que precisa de atendimento às mulheres em situação de violência, mas a gestão Doria, não só deixou de inaugurar a Casa, como extinguiu a Secretaria de Política para Mulheres”, lamenta Denise.

Ela afirma que o desmonte promovido pelo prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB). passa por vários aparelhos de acolhimento à mulher, como o fechamento da Centro de Referência da Mulher, em São Miguel Paulista (zona leste), o fim dos atendimentos da unidade móvel de combate à violência, entre outros projetos. 

“O desmonte é grave. Para que a violência contra a mulher pare de acontecer, políticas públicas são importantes, consolidando a Lei Maria da Penha e que proteja as mulheres em situação de violência. Estamos na contramão de um processo que avançava no país”, critica.

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