memória

Mães de assassinados na chacina de Osasco fazem ato por justiça

Dois anos após as execuções, elas pediram punição aos responsáveis pelos crimes

Alice Vergueiro/Folhapress

Famílias desejam o pagamento de indenização, já que agentes do Estado foram os responsáveis pelos assassinatos

São Paulo – Mães de pessoas mortas em 2015 na chacina de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, fizeram um ato nesta sexta-feira (11), na Avenida Paulista, região central da capital. O protesto foi em memória dos filhos assassinados e por punição aos responsáveis. Elas seguraram fotos das vítimas e usaram representações de lápides com os nomes.

Zilda Maria de Paula, mãe de Fernando Luis de Paula, executado aos 34 anos, participou da manifestação. “Estamos na frente do Masp para quem ninguém esqueça o que foi feito. É um escândalo e as chacinas continuarão. Isso só acontece em periferia, você não vê isso no Jardins, na Vila Madalena”, lamenta, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Ela conta que o filho se recuperava de uma tuberculose e foi assassinado a caminho do cabeleireiro. “Ele estava indo cortar o cabelo, tinha acabado de parar no bar onde todos daqui iam, mas aí vieram os caras e trucidaram todo mundo”, relata.

As famílias desejam o pagamento de indenização, já que agentes do Estado, que deveriam estar garantindo a segurança desses cidadãos, foram os responsáveis por seus assassinatos. Os familiares entraram com pedidos de indenização por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e foram obrigados a suspender as ações na Justiça para negociarem com a PGE. Os familiares ainda não obtiveram qualquer previsão ou resposta, apesar de diversas tentativas e reuniões.

Agora, sozinha em casa, Zilda diz até hoje não se recuperou da perda e a dor só aumenta. “A cada dia que se passa, só piora. É uma dor que dura 24 horas por dia, misturada com bastante revolta”, afirma.

Em 13 de agosto de 2015, 23 pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em ações promovidas por homens encapuzados em um intervalo de duas horas, em Osasco e Barueri.Três policiais militares e um guarda civil municipal estão presos por 17 dessas mortes.

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