audiência pública

Após concessões, pátios da CET podem ser destinados a moradia

Gestão Doria afirmou que o serviço é contratado por disponibilidade, o que eleva demais o custo com pouco uso

divulgação/cetsp

Custo do serviço é de R$ 27,7 milhões por mês, mas a receita é de apenas R$ 14 milhões

São Paulo – O presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), José Otaviano Júnior, afirmou hoje (27) que após a concessão do serviço de guincho e dos pátios de estacionamento de veículos da prefeitura, os terrenos de propriedade do município podem ser destinados para moradia popular. “Hoje, a CET tem quatro áreas imensas utilizadas apenas para isso. Cheia de carros abandonados, juntando mosquitos e servindo de esconderijo para o crime”, afirmou.

A proposta da gestão do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), é para que as empresas que já trabalham com guincho atendam a chamados da CET por demanda. Hoje, há três contratos firmados, mantendo 33 veículos à disposição do município, além de quatro pátios municipais e outros três contratados. Esses veículos atendem cerca de cem remoções por dia. 

O custo do serviço é de R$ 27,7 milhões por mês, mas a receita é de apenas R$ 14 milhões. “Hoje, o serviço desperdiça dinheiro. É muito ineficiente. O município paga pela disponibilidade e não pelo uso. O objetivo é que paguemos pelo uso, conforme demanda da CET, que seguirá sendo responsável por fiscalizar, multar e determinar a remoção”, explicou o secretário Municipal de Desestatização e Parcerias, Wilson Poit.

Poit defendeu que o serviço seja executado pelas empresas que já operam guinchos na cidade. E que se possa deixar os veículos em estacionamentos regulamentados.

O vereador José Police Neto (PSD) concorda com o repasse do serviço à iniciativa privada, mas avalia que poderia ser feito um credenciamento dos prestadores de serviços, bem como dos estacionamentos. “Daí colocamos a tecnologia para trabalhar para a população. Criamos um aplicativo que mostra onde está o guincho mais próximo e a vaga de estacionamento mais próxima. E como foi o dono do veículo que causou um problema para a cidade, ele vai ter de pagar todos os custos da operação”, afirmou. Para o vereador, não cabe concessão porque não há investimento a ser feito. 

O presidente do Sindicato das Empresas de Pátios e Guinchos do Estado de São Paulo, Lázaro Fernando Carvalho, defendeu a proposta e disse que isso poderia agilizar os leilões de veículos. A capital tem aproximadamente dois mil veículos em pátios e leva até seis meses para fazer um leilão. “Regulando direito, nós podemos fazer em dois meses. Já se estabelece um prazo ao proprietário do veículo no momento da autuação. Se não retirar, leiloa. Do arrecadado com leilão ou com o serviço, a prefeitura poderia cobrar 10% como outorga”, defendeu.

As declarações foram dadas na Câmara Municipal de São Paulo, em audiência pública para debater o Projeto de Lei (PL 367/2017), de autoria do prefeito, que propõe a concessão de uma série de serviços municipais.

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