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Servidores acusam prefeito de Diadema de agredir diretora de escola

Após desentendimento sobre atrasos na entrega do uniforme escolar, Lauro Michels (PV) é acusado de promover 'deprimente espetáculo de autoritarismo e desrespeito'

sindema/facebook

‘Toda forma de opressão deve ser combatida, ações machistas como a ocorrida não podem passar impunes’

São Paulo – O Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema (Sindema), no ABC paulista, organiza para amanhã (14) um ato na Câmara Municipal em repúdio ao prefeito Lauro Michels (PV). O político é alvo de denúncias de agressão verbal e intimidação, atos praticados contra Sandra Silva, diretora da Escola Municipal Daniel Trivinho. “Michels, no portão da escola e na presença de vários pais de alunos, dirigiu contra a diretora, palavras de baixo calão e ofensas”, afirma o sindicato.

Na manhã de quinta-feira (8), quando o prefeito gravava um vídeo para suas redes sociais, uma mãe de aluno o interrompeu para questionar sobre atrasos na entrega de uniformes escolares. “Michels, de maneira agressiva, responsabilizou a diretora da escola pelo atraso, justificando que ela tinha a intenção de prejudicá-lo junto à comunidade”, afirma, em nota, o Sindema. “Isso aconteceu enquanto a direção acompanhava a saída dos alunos do período da manhã.”

Diante da situação, a diretora pediu para que os envolvidos entrassem na escola, afim de evitar mais problemas junto aos pais dos alunos. “Nas dependências internas da escola, teve continuidade o deprimente espetáculo de autoritarismo e desrespeito por parte do gestor”, continua. 

“Respeite a história dos funcionários da prefeitura desta cidade. Já fizemos muito por Diadema, para nossa cidade crescer, para você agredir um de nós assim. Para ser prefeito, além de muitas outras qualidades, é preciso ter respeito ao próximo e controle emocional”, disse a funcionária da Secretaria de Educação de Diadema Chris Lomardo. 

O sindicato classifica a ação do prefeito como machista. “Toda forma de opressão deve ser combatida, ações machistas como a ocorrida não podem passar impunes. Nossas ações por nenhum direito a menos tem como premissa a dignidade humana e não aceitaremos menos que isso.”

De acordo com relatos, o prefeito teria chamado a diretora de “vagabunda”. “Tenho ouvido comentários de perplexidade diante das palavras ofensivas e de baixo calão dirigidas à diretora Sandra. Vagabundo virou moda agora. Grevista é vagabundo, diretor é vagabundo. O que é isso?”, questionou a internauta Maria Helena Magela em mensagem postada em rede social do Sindema.

Professores e funcionários públicos realizam protestos durante esta semana. Todos estão trabalhando com roupas pretas para mostrar repúdio. “Os casos de assédio moral crescem a cada dia nos locais de trabalho e agora nos deparamos com uma situação onde o prefeito é o próprio assediador”, conclui o sindicato.

Procurada pela RBA, a prefeitura não se manifestou até o fechamento desta reportagem. 

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