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Operação da PM na Favela do Moinho deixa jovem baleado em estado grave

Polícia Militar alega que o jovem foi atingido em troca de tiros. De acordo com testemunhas, o rapaz não estava armado. Uma nova manifestação está marcada para às 17h

Morador da Favela do Moinho exibe foto de Leandro, baleado nesta manhã em operação da PM

São Paulo – Leandro de Souza Santos foi baleado por policiais militares na Favela do Moinho, região central da cidade de São Paulo na manhã desta terça-feira (27). De acordo com Lucas Santos, irmão do rapaz, ele está em estado grave. Na ação, os policiais estariam à procura de traficantes que atuam na região. “Meu irmão está entre a vida e a morte na Santa Casa”, disse.

A polícia alega que o menor foi baleado em uma troca de tiros. Já os moradores afirmam que ele foi vítima dos disparos por ter corrido em fuga quando policiais invadiram a sua casa. “Meu irmão é usuário de drogas, mas não é traficante. Quando os policiais chegaram, ele ficou com medo e correu para casa. Ele não tem armas, tem várias testemunhas”, completou Lucas.

Leandro foi atingido por três disparos, e levado pelos moradores para ser atendido na Santa Casa de Misericórdia, também no centro. Parlamentares estão acompanhando o caso. Encontram-se na região os vereadores Eduardo Suplicy (PT), Alencar Santana (PT) e Toninho Vespoli (Psol).

Devido ao incidente, os moradores da Favela do Moinho fizeram uma manifestação contra a violência policial em vias próximas e nos trilhos da linha 8-Diamante na CPTM. Eles também foram reprimidos pelos policiais, que utilizaram spray de pimenta para dispersar o protesto de moradores. A situação ficou mais calma com a chegada dos parlamentares e de membros da igreja católica, que mediaram um acordo entre policiais e manifestantes. Um novo ato está previsto para às 17h.

De acordo com o comandante da operação, Tenente Coronel Miguel Daffara, “a abordagem tem todo respaldo no Código de Processo Penal. Durante uma ação de preservação da ordem pública, um policial, avistando uma pessoa que, pelo seu modo de agir, demonstra estar carregando drogas ou armas, somos pagos para abordar esse cidadão”, disse. “Temos que sufocar o tráfico. Infelizmente, no meio dessas pessoas que estão se manifestando tem traficantes”, completou.

Questionado sobre quem iria assistir a família do menino diante do grave estado de saúde, o militar disse para “reclamarem na Polícia Civil ou na Corregedoria. A PM faz o policiamento, a Assistência Social não sabemos dizer.”