putíssima trindade

Mídia Ninja lança série de vídeos para lembrar dia internacional da prostituta

Data busca a conscientização sobre discriminação, condições precárias de vida e de trabalho e exploração da profissão

REPRODUÇÃO/MÍDIA NINJA

Primeira edição do programa tem a participação das prostitutas e ativistas Indianara Siqueira, Amara Moira e Monique Prada

São Paulo – O coletivo Mídia Ninja lançou a série de vídeos Putíssima Trindade para lembrar o Dia Internacional da Prostituta, celebrado hoje (2). A data busca a conscientização sobre a discriminação das prostitutas, as suas condições precárias de vida e de trabalho e sua exploração. A primeira edição do programa tem a participação das prostitutas e ativistas Amara Moira, Monique Prada e Indianara Siqueira. “O simples fato da gente falar da nossa vida já faz a gente ativista. E, de repente, as pessoas querem ouvir, porque o que dizemos sobre a nossa profissão também fala sobre o mundo em volta”, comenta Indianara, que é travesti e escritora.

As três afirmam que o ativismo é natural, pois é necessário para se manterem vivas. “Eu não resolvi ser puta e ativista, a coisa foi acontecendo. Fui vivendo minha vida e quando vi, eu estava lá, defendendo meus direitos. Eu me tornei ativista em prol dos direitos humanos, da causa LGBT e da prostituição quando o Brasil se tornou referência no tratamento ao HIV, pois as pessoas passaram a sobreviver mais e a serem protagonistas de sua história”, conta Monique.

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O moralismo e a violência contra as mulheres é um dos problemas da sociedade, aponta Amara. “Só pelo fato de uma puta falar e escrever cria um ódio gigante, como se ela não devesse estar viva. É um lugar de violência e isso conta sobre o que a sociedade pensa de uma mulher que faz sexo”, afirma. Há também as limitações impostas pelo imaginário popular. Indianara lembra de uma entrevista em que o repórter questionou se ela conciliaria a profissão de prostituta com a de professora. “É interessante isso, porque parte do pressuposto de que se eu for prostituta, não consigo ser absolutamente mais nada, como se isso impedisse que eu conquistasse outros espaços”, critica. 

Além da opressão sofrida, elas lembram que não há leis que as amparem, como a falta de regulamentação da profissão no Brasil. “A (atual) lei sobre prostituição coloca a gente de um modo totalmente segregado e isolado. Ela não serve para proteger as mulheres, mas, sim, para segregar.”

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